terça-feira, 2 de junho de 2009

Concurso público, objetivo principal

Valor Econômico - 02/06/2009

O teste vocacional de Gladson Miranda indicava-lhe um futuro de sucesso se se decidisse pela biologia. Mas já estava matriculado no curso de direito da Universidade de Brasília e antes de pensar em novo vestibular, precisava ganhar dinheiro e ter um emprego estável. Inscreveu-se, então, no primeiro concurso que apareceu, para funcionário de nível médio do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Já formado advogado, inaugurou uma sequência de concursos que o levaram cada vez mais para longe da biologia. Saiu do TST para ser advogado na Advocacia Geral da União (AGU), passou por São Paulo e Porto Alegre, como delegado da Polícia Federal, e voltou a Brasília, onde, em novo concurso, se tornou defensor público do Distrito Federal. Nessas funções ele trabalha à tarde. Pela manhã e à noite, Gladson, 32 anos, é agora coordenador da área jurídica do Vestcom, o maior centro de preparação de concursos de Brasília.
Na quadra 906 Norte, o Vestcom parece um condomínio como os muitos de Brasília: árvores, gramados, casas baixas, silêncio. Mas cada casa é uma de suas 30 salas de aula, ao lado de um auditório para 400 pessoas, biblioteca e livraria - onde se vendem apostilas preparadas por 700 professores, informa Gladson.
O curso tem entre 4,5 mil e 5 mil alunos de janeiro a janeiro. Segundo Gladson, o serviço público de nível superior oferece estabilidade e salários atraentes para jovens e, "como o sistema de mérito se torna cada vez mais concorrido e rigoroso, o Vestcom complementa a faculdade".
Esta é uma lista de recentes concursos para cargos federais, com remuneração na carreira inicial e número de candidatos: Advogado da União: remuneração, R$ 14 mil; inscritos, 23.942; candidatos por vaga, 278,4. Delegado da Polícia Federal: R$ 7,9 mil; inscritos, 45,7 mil; por vaga, 108,3. Procurador: R$ 10,4 mil; inscritos, 10.373. Procurador do Banco Central: R$ 7,8 mil; inscritos, 7.946. Juiz federal: R$ 19,9 mil; inscritos, 3.212. Isso explica, também, porque estudantes de direito têm pouco tempo para acompanhar o noticiário sobre as questões que envolvem o STF, a não ser, como diz Gladson Miranda, "se a notícia tiver a potencialidade de se transformar em questão do próximo concurso". (PT)
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