segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Concurso precisa ser valorizado

Alexandre Garcia
Bom Dia Brasil - 24/08/2009

Alexandre Garcia: “É a forma de valorizar carreiras públicas, que precisam cada vez mais estar a serviço do estado e não de governos”.

Desperdício dos dois lados: do órgão público que promoveu o concurso e do candidato que investiu tempo, estudo e dinheiro para se preparar. Há uma outra perda: a do prestígio do concurso, que deveria ser o caminho para o serviço público.

Como o Senado demonstrou, muitas vezes basta ter algum parentesco para conseguir a nomeação sem concurso e ainda por ato secreto. Isso lembra também que o concurso não pode ter vícios. Não pode ser caminho para entrar em tribunal como contínuo e depois ganhar cargos para o qual o protegido não se submeteu a concurso, como já aconteceu várias vezes.

O concurso é o melhor caminho e, por isso, precisa ser valorizado. Seu resultado precisa ter consequências. Essa também é a forma de valorizar carreiras públicas, que precisam cada vez mais estar a serviço do Estado e não de governos.

O episódio Lina Vieira - seja qual for o seu desfecho - chamou a atenção para isso. Funções de Estado não podem estar à mercê de interesses pessoais de governantes mas a serviço da lei. O Ministério Público já conseguiu isso; o Banco Central conseguiu apenas a prática disso; as agências ainda estão aprendendo; polícia e fiscais também precisam servir à lei, às políticas de Estado, para não correrem o risco de serem usados como instrumentos de pressão ou de alívio a serviço do interesse de governantes, que são transitórios.
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