quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Carteiros entram em greve

Autor(es): Luciano Pires
Correio Braziliense - 16/09/2009


Categoria rejeita proposta dos Correios de reajuste de 4,5% e paralisa os serviços a fim de forçar o governo a negociar aumento linear de R$ 300


Funcionários dos Correios no Distrito Federal decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir de hoje. Em assembleia realizada ontem, os trabalhadores rejeitaram a contraproposta encaminhada pela direção da estatal à Fentect — entidade que representa a categoria. Com o ato, os grevistas esperam pressionar o governo a ceder nas negociações.

Os empregados reivindicam reajuste de 4,5%, reposição de perdas salariais e aumento linear de R$ 300. Os Correios concordaram apenas com o aumento de 4,5% e com o incremento de R$ 0,90 no vale refeição. A Fentect recomendou aos 35 sindicatos filiados a aprovação do indicativo de greve. Em nota, a entidade lamentou a decisão, mas defendeu o movimento. “A radicalização foi o único caminho para que os ecetistas lutem pela dignidade de sua categoria e por melhores condições de trabalho e vida”, reforçou o comunicado oficial.

Nos bastidores, os Correios buscam no Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest) — ligado ao
Ministério do Planejamento — saídas para o impasse. Há, no entanto, uma série de dificuldades orçamentárias que impedem o atendimento integral das reivindicações. Além disso, o cenário político também está sendo considerado, uma vez que o governo não quer demonstrar publicamente fraqueza no tratamento de mais esse levante envolvendo uma empresa estatal.

Até ontem à noite, além do DF, os trabalhadores dos Correios na Bahia, em Sergipe, no Paraná e no Maranhão decidiram aderir à greve. O movimento deverá prejudicar parte dos serviços postais e sabendo disso a empresa vai implementar um plano de contingência, que inclui o remanejamento de pessoas da área administrativa para o setor operacional já a partir desta quarta-feira. Oficialmente, os prazos de entrega das encomendas expressas estão mantidos, mas com a redução do efetivo, é provável que as correspondências com hora marcada para chegar, como o Sedex 10, sofram atrasos.

Em 2008, os funcionários cruzaram os braços por cerca de 20 dias. A paralisação ocorreu em protesto contra o não pagamento de um adicional aos carteiros. Parte dos dias parados não foram descontados porque os grevistas compensaram trabalhando além do expediente tão logo o protesto terminou. Por causa da greve, 130 milhões de correspondências entre cartas e pacotes tiveram a entrega atrasada.



O número

O impacto
130 milhões
Volume de correspondências que deixaram de ser entregues na paralisação de 20 dias ocorrida em 2008

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