quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Idosos do DF curtem a aposentadoria

Autor(es): Mariana Flores
Correio Braziliense - 24/09/2009

pnad

O DF tem a segunda menor taxa de participação de idosos no mercado de trabalho. A maioria, egressa do serviço público, mantém bom padrão de vida com o benefício


O Distrito Federal tem a segunda menor taxa de participação dos idosos no mercado de trabalho. O volume de pessoas com 60 anos ou mais que estão ocupadas ou procurando um emprego, 24,4%, é bem inferior à média do país, de 31,1%, e fica atrás apenas do Rio de Janeiro, com 22,3% do total em atividade. O índice brasiliense é baixo, considerando que boa parte dessas pessoas ainda está em idade ativa. No caso dos homens, a idade mínima para aposentadoria por idade(1) é 65 anos. Além de pequeno, o volume está reduzindo. Em 2007, 26,5% dos trabalhadores mais velhos estavam em plena atividade, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


Como se aposentam mais velhos, é entre os homens que a taxa é maior. Do total de brasilienses do sexo masculino com 60 anos ou mais, 37% ainda estão no mercado de trabalho. Entre as mulheres, o índice cai para 14%. Nos dois casos, os percentuais são inferiores à média nacional — de 44,3% e 20,7%, respectivamente. O baixo nível de atividade na capital federal se deve a uma grande concentração de servidores públicos, que, por se aposentarem com uma renda elevada, não sentem a necessidade de continuar trabalhando para complementar o rendimento da família.. O mesmo vale para o Rio de Janeiro, firme na liderança no baixo grau de atividade dos idosos. As duas unidades da federação são as que têm o maior percentual de servidores e de aposentados do serviço público(2).

“Os servidores se aposentam com o salário integral ou acumularam muito dinheiro ao longo da vida, por terem salários mais elevados. Assim, não precisam arrumar um emprego após a aposentadoria”, afirma o professor de economia da Universidade Católica de Brasília Adolfo Fachsida, “Como Brasília tem a maior renda do país
(3), possivelmente, tem também as aposentadorias mais altas e quem está nessa situação não sente necessidade de voltar ao mercado de trabalho”, acrescenta o economista Roberto Piscitelli, professor da Universidade de Brasília (UnB).

O aposentado Waldir Rodrigues Pereira, 68 anos, diz que a volta ao mercado de trabalho foi uma opção para se manter ativo. Há 18, ele foi contratado como revisor de textos e provas do Colégio Sigma, depois de se aposentar um ano antes pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Ao longo de sua vida profissional, ele se revezou em cargos na iniciativa privada exercendo a mesma função. “Não saberia ficar parado, sem trabalhar. Agora, trabalho pela manhã no colégio e, à tarde, em casa, escrevendo meu livro, que pretendo lançar nos próximos meses”, conta. “Só vou parar quando Deus mandar”, avisa.

1 - Benefício por idade
Têm direito ao benefício os trabalhadores urbanos do sexo masculino a partir dos 65 anos e do sexo feminino a partir dos 60 anos de idade — na aposentadoria rural, o período é reduzido em cinco anos.

2 - Serviço público
O Rio de Janeiro é o estadp com maior percentual de
servidores federais civis do país. Há 102,3 mil ativos e 165,4 mil aposentados e pensionistas. O Distrito Federal ocupa o segundo lugar no ranking nacional, com 54,6 mil ativos e 99,5 mil inativos, segundo dados do Boletim Estatístico de Pessoal, do Ministério do Planejamento.

3 - Altos salários
O rendimento médio do brasiliense é o mais alto do país. Em 2008, estava, em média, em R$ 2.117, mais que o dobro da nacional, que era de R$ 1.036. A segunda colocada no ranking, São Paulo, tem um salário médio de R$ 1.290.
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