quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Servidores preparam protesto contra corte no Orçamento da União


Agência  Brasil    -   10/02/2011



Brasília – O corte de R$ 50 bilhões no Orçamento Geral da União, anunciado pelo governo, deixou os servidores públicos insatisfeitos. De acordo com o diretor executivo da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva, a redução de gastos afeta diretamente a estrutura do serviço público. A categoria está preparando uma mobilização, prevista para a próxima quarta-feira (16), na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para protestar contra a medida.

“Será o primeiro recado. Conseguimos unir 23 entidades nacionais. Se o governo não recuar, haverá mais pressão na Esplanada, as mobilizações serão contínuas e até pode haver greve”, disse Silva. Para ele, o corte no Orçamento vai punir os servidores públicos. “Não foi com essa proposta que a Dilma [Rousseff] se elegeu. A população, principalmente os servidores, elegeu a presidenta e ela está indo na contramão do que disse antes de ser eleita.”

Segundo ele, o governo deveria cortar no Orçamento o pagamento dos juros da dívida. “Tiram dinheiro de áreas essenciais para o crescimento e desenvolvimento do país para fazer esse pagamento infundado. Nunca houve um corte como esse na história do Brasil. O conjunto do funcionalismo não está satisfeito.”

O adiamento dos concursos públicos também foi criticado pela categoria. “Isso vai causar prejuízo para o próprio governo, pois não haverá força de trabalho qualificada para atuar. Hoje, há uma deficiência muito grande no serviço público”, afirmou o diretor Silva.

Para o professor de economia da Trevisan Escola de Negócios Alcides Leite, o anúncio do governo federal é “muito bem-vindo”. Segundo ele, somente com redução dos gastos públicos correntes será possível aumentar o crescimento dos investimentos públicos.

De acordo com Leite, com mais investimentos é possível elevar a oferta de bens e serviços e reduzir o custo de produção e distribuição dos produtos. Assim, acrescentou, o país poderá sustentar um crescimento contínuo do Produto Interno Bruto (PIB) em torno 5% ao ano, sem provocar pressão inflacionária, o que permitirá reduzir a taxa de juros.

O professor afirmou que juros menores reduzem o custo do serviço da dívida pública, “sobrando” mais recursos para aumentar os investimentos. Juros menores também atraem menos investimentos especulativos estrangeiros, o que reduzirá a pressão pela valorização do real.

Os cortes no Orçamento 2011 foram anunciados ontem (9) pelos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Míriam Belchior. De acordo com o governo, o corte de R$ 50 bilhões não afetará os R$ 170,8 bilhões aprovados para investimentos, dos quais R$ 40,15 bilhões para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).


Share This

Pellentesque vitae lectus in mauris sollicitudin ornare sit amet eget ligula. Donec pharetra, arcu eu consectetur semper, est nulla sodales risus, vel efficitur orci justo quis tellus. Phasellus sit amet est pharetra