quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Terceirizado faz protesto


Correio Braziliense - 10/02/2011

Com as contas atrasadas e sem perspectiva de receberem salários, prestadores de serviços do Ministério das Cidades ameaçam parar
O desrespeito aos terceirizados da Esplanada dos Ministérios continua, mas, desta vez, os servidores não ficaram de braços cruzados. Sem pagamento e com as contas atrasadas, os prestadores de serviço do Ministério das Cidades prometeram paralisar as atividades a partir de segunda-feira caso a empresa Orium não deposite os salários, que deveriam ter entrado nas contas bancárias dos funcionários na sexta-feira passada. A decisão foi tomada na manhã de ontem, durante protesto em frente ao órgão.

A pasta conta com cerca de 300 terceirizados. À manifestação, compareceram cerca de 80 deles. “As pessoas estão intimidadas. Muitas preferiram não descer por medo de demissão”, lamentou uma das funcionárias, que preferiu não se identificar. Ela conta que a empresa não oferece segurança financeira ou plano de carreira. “Só temos o aumento da data-base e mais nada. Aqui, não temos chance de crescer.”

RescisãoO coordenador-geral de Recursos Logísticos do ministério, Renato Stoppa, explicou que o dinheiro ainda não foi repassado à Orion por falta de prestação de contas. “Só liberamos a verba quando eles nos mandam um relatório com o pagamento do
FGTS e do INSS, descontados em folha. Desde dezembro, não recebemos esse retorno e, por isso, o valor está parado.” A empresa foi notificada na terça-feira e tem cinco dias úteis para explicar os motivos da falta de pagamento ou o contrato será rescindido.

A farra das prestadoras de serviço é antiga. Em 2007, a própria Orion teve irregularidades no Ministério das Cidades. “Mesmo que uma empresa tenha dado problema antes, nós não podemos deixar de contratá-la”, alegou o coordenador. Em 2009, a Imperial, que também prestava serviços à instituição, deixou um prejuízo de cerca de R$ 20 mil para cada empregado após falir. “Eu entrei na Justiça e consegui uma pequena parte, mas muita gente ficou sem o dinheiro”, relatou uma funcionária.

No Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o problema também permanece. Os terceirizados estão sem receber o pagamento do mês desde a última sexta-feira. No entanto, as irregularidades começaram em outubro, quando foram observadas falhas no recolhimento do FGTS e da contribuição previdenciária por parte da Patrimonial. Procurada, a empresa não retornou à reportagem.


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