quarta-feira, 13 de abril de 2011

20% dispensados do ponto


Autor(es): Josie Jeronimo
Correio Braziliense - 13/04/2011


Congresso

Mais de 1.300 servidores do Senado já conseguiram liberação da comprovação de presença biométrica instituída no início do mês
 
Menos de um mês após o Senado formalizar o sistema de ponto biométrico, 20% dos servidores da Casa se livraram da obrigação de registrar presença e comprovar horário de trabalho diariamente. Desde 1º de abril, os servidores precisam submeter a digital e o crachá magnético nas máquinas de registros espalhadas pelas dependências do Senado. Para fugir do ponto biométrico, que custou mais de R$ 1 milhão aos cofres públicos, os gabinetes realizam uma verdadeira corrida de solicitação de isenção do controle eletrônico.

Quando o ponto foi anunciado, 1.060 funcionários estavam na lista dos liberados. Até ontem, de acordo com a assessoria de Comunicação do Senado, o número ultrapassava os 1.300, pouco mais de 20% dos 6.020 funcionários em atividade na Casa. No boletim administrativo publicado ontem, seis gabinetes solicitaram isenção de ponto de funcionários.

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), alegou que a flexibilização não significa que os servidores não estejam trabalhando. De acordo com ele, o controle dos horários, em muitos casos, engessa o funcionamento de gabinetes. “Há grupos de funcionários encarregados de tratar de assuntos fora, nos ministérios. Evidentemente que eles não podem ficar sujeitos a rotinas exatas, senão o trabalho dos gabinetes não funciona. A lei diz que os senadores podem dispensá-los de ponto, mas eles não estão isentos de um controle de ponto interno. Continuam cumprindo a hora de serviço.”

Flagrante recente mostrado na TV Globo mostrou funcionários registrando presença e voltando para casa. Isso acabou derrubando o Secretário de Informação e Documentação, Paulo Afonso Lustosa. O servidor foi exonerado ontem do cargo de chefia no Museu do Senado. A informação foi publicada no boletim interno da Casa. Para justificar o flagrante, a servidora Edilenice Passos afirmou que o responsável por seu setor autorizou que ela trabalhasse em casa, pois o espaço físico do Museu do Senado passava por reformas.

Atritos
As regras diferenciadas de controle de frequência têm provocado atritos entres servidores. Funcionários acham injusto que a norma seja aplicada para uma parte dos trabalhadores e reclamam que a medida só valeu para servidores concursados que realizam trabalho administrativo no Senado. Os comissionados, que atuam em cargos políticos, têm sido os mais beneficiados com a isenção.

O Sindicato dos Servidores do Legislativo e do Tribunal de Contas da União (Sindilegis) manifestou contrariedade em relação ao que chamou de falta de isonomia. “Defendemos o tratamento igualitário e uniforme para todos os servidores, sem exclusões de qualquer ordem: efetivos, comissionados, secretariado parlamentar, inclusive os localizados fora de Brasília. Ponto para todos”, traz a nota do Sindilegis.


Share This

Pellentesque vitae lectus in mauris sollicitudin ornare sit amet eget ligula. Donec pharetra, arcu eu consectetur semper, est nulla sodales risus, vel efficitur orci justo quis tellus. Phasellus sit amet est pharetra