Cobrança dos chefes
Correio Braziliense - 05/04/2011
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), determinou que os diretores de seções “redobrem” a vigilância e não se omitam sobre as ausências dos servidores. Sarney cobrou dos chefes de setores responsabilidade pelo cumprimento das regras de registro de presença na Casa. Apesar de a servidora Edilenice Passos ser uma das poucas que teve a imagem divulgada após registrar presença e voltar para sua residência, a prática bater ponto e ir embora é comum. Na manhã de 1º de abril, o Correio acompanhou movimentação de servidores no aparelho de ponto que fica nas imediações do serviço médico e conferiu que pelo menos cinco funcionários registraram presença, mas não assumiram suas funções no Senado.
A primeira fraude ocorreu às 7h31 de sexta-feira, quando um homem chegou em um Polo preto, desceu do carro e deixou o veículo ligado enquanto registrava presença. Depois, ele foi embora, em vez de começar a trabalhar.
Poucos minutos depois, uma mulher com roupa de ginástica dirigindo uma picape Suzuki prata estacionou o carro do lado contrário da via onde fica o aparelho de ponto. Pelo vidro, era possível ver um cachorro branco dentro do carro. Ela registra a presença, voltou para o carro e foi embora.
Antes da instituição do ponto biométrico, o Senado já havia detectado que alguns servidores costumavam registrar frequência para funcionários ausentes, utilizando o sistema de senha da intranet. Mas a gazeta dos que utilizam o artifício de bater ponto em aparelhos distantes da estrutura interna do Senado irrita funcionários que cumprem os horários e se sentiam constrangidos por ver os colegas registrando presença, muitas vezes, vestindo bermudas. Sarney afirmou que as fraudes só terminarão se houver “conjugação de esforços da tecnologia com a parte humana.”