sábado, 9 de abril de 2011

Não faltará vagas no funcionalismo público


Natalia Rabelo

Jornal da Comunidade    -   09/04/2011




Especialistas acreditam que interrupção dos concursos não vai durar. Eles argumentam que a grande 

quantidade de aposentadorias obrigará o governo federal a rever sua decisão




A promessa de estabilidade profissional é um dos muitos atrativos para aqueles que sonham com o funcionalismo público. Ser um profissional concursado é o principal objetivo de vida de muitas pessoas que, para garantir o cargo em um órgão governamental, dedicam-se integralmente aos estudos.

O congelamento de concursos públicos, anunciado no início do ano pelo governo federal, assustou e desestimulou milhares de concurseiros. Mas, apesar do congelamento, especialistas garantem que o governo precisará contratar um grande percentual de funcionários públicos até 2015.

Will Félix Assunção, professor há oito anos do Gran Cursos, escola para concursos públicos, aposta que, mesmo com o congelamento, será preciso promover novos concursos para a contratação de mais funcionários públicos. Ele destaca que a previsão de aposentadorias para até o fisnal de 2013 é de aproximadamente 800 mil servidores.

Professor de direito constitucional, direito do trabalho e direito eleitoral, Will explica que esse tipo de providência é comum quando há troca de governo. Ele garante que o momento não representa motivo para a desistência. “Essa política de enxugar sempre é correspondente ao início de governo. É lógico que o governo público tem de se organizar na questão administrativa para, depois, definir suas diretrizes”, justifica.

As vagas oferecidas pelo Senado estão entre as mais cobiçadas. Will destaca que, só esse ano, foram contabilizadas 893 aposentadorias: “Chegarão até dezembro em torno de 1.200 e isso irá gerar uma vacância grande”, prevê o professor.

Ele ressalta que o congelamento afetará somente os concursos do Poder Executivo e que será por tempo determinado: “O governo federal não vai conseguir segurar por muito tempo a carência existente. Temos vários órgãos que estão sobrecarregados e apresentam falta de servidores públicos em áreas essenciais, como saúde e segurança”, observa. O Tribunal Superior do Trabalho (TST), Supremo Tribunal Federal (STF) e Conselho Nacional de Justiça (CNJ) são algumas opções de concursos já previstas e que estão fora do congelamento.

Outro agravante citado por Will, que exigirá vagas imediatas no poder, é a Copa do Mundo de 2014, que acontecerá no Brasil. O professor garante que o país precisará cumprir algumas exigências para que o evento aconteça com sucesso. Entre elas estará a segurança: “A segurança pública vai exigir um número maior de profissionais. Além disso, saúde, educação e infraestrutura serão fundamentais”, reforça.

Susto
Will afirma que o sensacionalismo feito pela mídia com a notícia do congelamento foi um dos principais motivos para susto dos concurseiros: “Atualmete estamos com perfis de alunos que não são concurseiros de plantão, por isso eles ficaram assustados com as notícias divulgadas”.

Antônio Geraldo, diretor do IMP, instituto preparatório para concurso público, aconselha os estudantes a visualizarem o momento como positivo para os estudos: “Agora haverá mais tempo para se preparar e os alunos não podem parar de estudar. Esta é uma ótima oportunidade para quem não começou. E como as vagas estão congeladas, quando sair é brigar de igual para igual”.

Will aponta como um dos grandes problemas dos concurseiros o pouco preparo: “Muitos só querem estudar depois que o edital é lançado”, diz. Ele acha que um diferencial importante é estar atento e atualizado com os conteúdos. Para não perder tempo, o professor sugere: “As matérias básicas, como português, atualidades, informática, arquivologia e administração financeira, devem sempre ser estudadas. São clássicas e caem em muitos concursos. Decidir por pelo menos dois concursos para se dedicar ao máximo e, se possível, resolver provas de concursos anteriores”, aconselha.



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