quinta-feira, 12 de maio de 2011

Auditor da Receita Federal é preso pela PF


Correio Braziliense - 12/05/2011

Dono de um patrimônio que chega a R$ 12 milhões, servidor público em Pernambuco é acusado de forjar declarações de Imposto de Renda.

A Polícia Federal (PF) desencadeou ontem a Operação Incongruência, com o intuito de combater um esquema de fraude contra Receita Federal. A ação culminou na prisão de Saulo Tarso Muniz dos Santos, 39 anos, ex-chefe da Delegacia da Receita Federal em Caruaru (PE), coordenada por ele de 2007 até o início do mês passado. Conforme as investigações, o auditor faria uma espécie de “blindagem patrimonial”, forjando declarações de renda de pessoas físicas e jurídicas. Na prática, elas declaravam um patrimônio menor do que o real, com a benevolência do servidor público, e pagavam menos imposto. Com o que arrecadou com os serviços, segundo a PF, Saulo, que recebia um salário de R$ 16 mil, teria construído um patrimônio de R$ 12 milhões.
O auditor era investigado há dois anos pela PF, sob suspeita de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. De acordo com a corporação, entre os “laranjas” de Saulo estão a mãe e uma amante, que seria professora da Universidade Federal de Pernambuco. O nome das duas não foi divulgado. Quarenta bens do servidor da Receita estão sendo investigados, como um apartamento avaliados em R$ 1,5 milhão na Avenida Boa Viagem, espaço nobre de Recife, uma pousada em Maragogi (AL), avaliada em R$ 550 mil, e um apartamento em Maceió, com valor estimado de R$ 280 mil, além de cinco carros de luxo, como uma Hilux e uma Amarok. Ambas fabricadas neste ano.
A operação, que contou com o apoio de 60 policiais federais, cumpriu ainda 17 mandados de busca e apreensão em Recife, Jaboatão dos Guararapes (PE), Gravatá (PE), Caruaru (PE), Maceió e Maragogi (AL), além do bloqueio de bens dos principais investigados, expedidos pela 24ª Vara Federal. A operação foi batizada de Incongruência em alusão à incompatibilidade dos bens adquiridos com a renda mensal do servidor federal.
Maranhão
Em São João do Paraíso (MA), em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Procuradoria Regional da República, a PF desbaratou um esquema de desvio de verbas públicas para a saúde e a educação. A estimativa é de que cerca de R$ 5,5 milhões foram roubados por uma quadrilha formada por políticos do alta escalão da cidade — o vice-prefeito Itamar Gomes Aguiar, o ex-prefeito José Aldo Ribeiro Souza e a ex-secretária de Educação Maria Raimunda Costa Rocha — e empresários locais.
Na Operação Usura, foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão em São João do Paraíso, São Luís, Barra do Corda e Imperatriz, além de Marabá, no Pará. Sete pessoas que fazem parte da quadrilha não foram encontradas e estão sendo procuradas pelos policiais. De acordo com a PF, os suspeitos podem responder por falsificação de documentos público e particular, peculato e formação de quadrilha, entre outros crimes.


Share This

Pellentesque vitae lectus in mauris sollicitudin ornare sit amet eget ligula. Donec pharetra, arcu eu consectetur semper, est nulla sodales risus, vel efficitur orci justo quis tellus. Phasellus sit amet est pharetra