Aline Salgado
O DIA - 01/05/2011
Disparidade entre civis das Forças Armadas que exercem a mesma função abre crise
Rio - A criação do Plano de Cargos e Carreiras de Tecnologia Militar e de Ciência e Tecnologia abriu uma crise entre os mais de 30 mil civis que atuam nas Forças Armadas. Servidores que têm a mesma função — aprovados por concurso e que contribuem igualmente para o bom funcionamento dos serviços — recebem salários diferenciados. A disparidade entre eles chega a 31%.
“Com a criação do PCCTM (Plano de Cargos e Carreiras de Tecnologia Militar) a partir de 2006, houve essa diferenciação entre os servidores, o que vem gerando desmotivação e revolta nos funcionários ligados às atividades meios. Aqueles que ficaram enquadrados no PGPE (Plano Geral do Poder Executivo) se sentem inferiorizados”, descreve Santana.
Secretário geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Josemilton Costa lembra que a luta pela equiparação salarial entre os civis é antiga e que precisa ganhar a atenção do ministro da Defesa, Nelson Jobim.
“Essa é uma posição intransigente. Não podemos ter discriminação entre funções. A nossa proposta é que a categoria militar seja estendida a todos”, destaca.
Falha também divide civil e militar
Dentro dos comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, disparidade salarial também acontece quando se compara os ganhos de civis e militares.
Enfermeira-chefe do Hospital Central do Exército (HCE), com Nível Superior de formação e 25 anos de carreira, por exemplo, recebe em torno de R$ 4 mil em salário líquido. No entanto, um militar graduado como um suboficial ganha quase o mesmo e conta, ainda, com adicionais típicos da carreira militar.
Para ele, a criação da carreira de especialista em Defesa pode agravar ainda mais a situação dos servidores, colocando-os no esquecimento.