Correio Braziliense
- 24/09/2011
Os transtornos que o sistema estatal de habitação para
funcionários públicos criou para o país são recorrentes em Brasília. Em junho,
por exemplo, o Senado se livrou da dor de cabeça de administrar 13 imóveis
funcionais ocupados irregularmente por servidores, transferindo a gestão dos
apartamentos para o Executivo. Os funcionários ocupam os imóveis desde 1985.
Auditoria interna do Senado detectou ainda a prática de "calote" das
taxas de condomínio, que deixavam de ser pagas pelos parlamentares, pois a taxa
de ocupação não estava sendo descontada em folha.
Os escândalos envolvendo apartamentos funcionais também
passam pela cessão de imóveis a apadrinhados políticos. Em 2009, o Correio
noticiou que 24 apartamentos da reserva técnica da Câmara eram utilizados por
funcionários apadrinhados de parlamentares. Para continuar morando nos imóveis
funcionais do Legislativo, os servidores utilizavam a conhecida tática de
protelar os processos de reintegração, fazendo uso de liminares e recursos.
A má administração dos imóveis também foi relatada quando um
pente-fino da Casa descobriu, há dois anos, que na lista de apartamentos
destinados aos parlamentares havia 10 unidades vazias, enquanto a Câmara pagava
auxílio-moradia aos parlamentares. Por dois meses de condomínio dos imóveis sem
moradores, a Casa pagou R$ 15 mil.