quarta-feira, 7 de setembro de 2011

TST condena Furnas




Autor(es): Cristiane Bonfanti
Correio Braziliense     -    07/09/2011




O Tribunal Superior do Trabalho (TST) condenou a companhia Furnas a pagar indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 200 mil por contratar empregados sem concurso público. A corte considerou ilegal o preenchimento de cargos relacionados à atividade-fim da empresa por terceirizados e determinou o afastamento dos funcionários admitidos irregularmente após 1988, quando a Constituição determinou a exigência dos certames para o provimento das vagas. Furnas informou que há apenas 77 trabalhadores nessa situação. Entretanto, pelas contas do Ministério Público do Trabalho (MPT), esse número chega a 1,8 mil.
Fábio Leal Cardoso, procurador do Trabalho da 10ª Região (DF/TO), explicou que, pela Constituição, os processos seletivos são obrigatórios não apenas para a administração direta, mas também para as sociedades de economia mista e as empresas públicas, caso de Furnas. O MPT já havia ajuizado três ações questionando a contratação de terceirizados após 1988. "A Justiça reconheceu a ilegalidade da prática. Os contratos de terceirização, além de serem milionários, prejudicam os aprovados em seleções que aguardam nomeação", afirmou Cardoso.
Em 2004, a empresa realizou concurso e classificou 9 mil candidatos, mas não houve, porém, nomeações em número suficiente para regularizar o quadro de trabalhadores. Mesmo depois dessa seleção, o MPT recebeu denúncias de que a estatal estaria prestes a efetivar empregados sem concurso.
Além de determinar os afastamentos, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 10º região havia definido uma indenização de R$ 1 milhão, mas a empresa recorreu da decisão no TST e conseguiu reduzir o valor. Furnas informou que está analisando a decisão e que adotará "as medidas cabíveis". "No trato desse difícil assunto, que envolve aspectos sociais, empresariais e legais relevantes, Furnas tem atuado buscando observar as necessidades decorrentes da prestação do serviço público de que é titular, respeitadas a função social do trabalho e a dignidade do trabalhador", ressaltou a empresa em nota.
Incremento
Não bastasse a queda de braço do Poder Judiciário para conseguir reajustes salariais, a Câmara dos Deputados briga para emplacar um projeto que prevê aumentos de até 108% aos seus servidores. Se aprovada, a proposta, que é uma promessa de campanha do presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), terá impacto de R$ 207 milhões anuais. A Câmara alega que é preciso valorizar seus funcionários.



Share This

Pellentesque vitae lectus in mauris sollicitudin ornare sit amet eget ligula. Donec pharetra, arcu eu consectetur semper, est nulla sodales risus, vel efficitur orci justo quis tellus. Phasellus sit amet est pharetra