FENAPEF - 13/02/2012
A diferença de renda entre os setores público e privado
chegou a R$ 1.150,88 no ano passado, maior valor desde 2002, quando começa a
atual série da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE.
Os salários do setor público são superiores aos do privado,
em grande parte, porque a maioria das suas funções exige escolaridade maior,
nota o economista do IBGE, Cimar Azeredo.
Enquanto 91% dos servidores têm mais de 11 anos de estudo, o
percentual cai a 64% no mercado privado.
Porém, outra pesquisa do IBGE, a Pnad (Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios), revela que o funcionário público ganha mais que o
privado mesmo que tenha o mesmo nível de qualificação.
No caso dos graduados, a renda no setor privado era maior do
que no público em 2002. Em 2009, dado mais recente, ocorria o inverso.
Para Roberto Nogueira, do Ipea, o setor público precisa
remunerar bem para evitar a alta rotatividade. "Os governos passam, os
funcionários ficam. Isso é importante para a continuidade da gestão."
O professor da PUC-Rio José Márcio Camargo ressalta, porém,
que o aumento acelerado da renda no setor público impede que o privado siga o
ritmo de reajustes. "Isso leva os mais qualificados a migrarem para o
setor público, reduzindo a competitividade da nossa economia."
O crescimento da economia e da arrecadação permitiu ao
governo acomodar aumento de gasto com pessoal.
Nos últimos nove anos, essas despesas passaram de R$ 75
bilhões para R$ 197,5 bilhões. Mas, medidos como proporção do Produto Interno Bruto,
os valores recuaram de 5,1% em 2002 para 4,5% em 2011, estima o Ministério do
Planejamento.
Fonte: Folha de S.Paulo