segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Tem de tudo: parentes, namorados de servidores'



O Estado de S. Paulo     -    13/02/2012





Diretor do Dnit admite problemas, mas diz que situação melhorou; Secretaria de Portos nega irregularidades

A nova cúpula do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), que assumiu com a promessa de sanear o órgão após a "faxina" da presidente Dilma Rousseff, admite irregularidades na contratação de pessoal.

O diretor executivo da autarquia, Tarcísio Gomes de Freitas, diz que há apadrinhados de funcionários públicos como terceirizados. "Tem toda essa espécie de coisa aqui: parentes, namorados de servidores (como contratados)", reconhece, ponderando, contudo, que o órgão está tomando providências.

Segundo ele, será solicitado à Controladoria-Geral da União (CGU) um levantamento dessas situações para eliminá-las. Questionado sobre a situação de funcionários da Fundação Ricardo Franco (FRF), o diretor explica que o número de "quarteirizados" já é bem menor que o apurado na época da fiscalização do Tribunal de Contas da União, no ano passado. E que o fim das parcerias com a entidade é uma determinação do diretor-geral, Jorge Ernesto Pinto Fraxe. "Isso está totalmente errado, mas estamos substituindo esse pessoal à medida que os projetos se encerram", argumenta Freitas.

"Produtos". A Secretaria de Portos da Presidência (SEP) informou, em nota, que o convênio com a Ricardo Franco não é para contratação de mão de obra, mas para entrega de "produtos", incluindo o monitoramento de ações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). E que o pessoal administrativo lotado em suas repartições trabalha no desenvolvimento desses produtos, assim como engenheiros, biólogos e outros profissionais. Contudo, não esclareceu qual relação há entre as atividades em setores como protocolo, recursos humanos e a assessoria do secretário executivo e os objetivos do convênio técnico-científico.

A pasta não informou a quantidade de pessoas da Ricardo Franco a seu serviço, sob o argumento de que se trata de uma atribuição da entidade. Mas assegurou que o número varia mês a mês, conforme a demanda. "A SEP não tem nenhuma ingerência sobre os empregados", disse o órgão, que nega indicar os contratados.

A SEP também negou que o ministro Leônidas Cristino, além de seu secretário executivo, o chefe de gabinete, demais secretários e diretores da pasta, tenham relação de parentesco com funcionários e contratados.

Sobre a situação da secretária Alzenira de Sousa, contratada pela fundação para trabalhar na SEP e irmã de uma servidora da pasta, informou que ela já era funcionária terceirizada antes do convênio e que, à época da admissão, foi escolhida em processo seletivo. Mas prometeu apurar a situação e, se constatada irregularidade, tomar providências. Procurada desde quinta-feira e informada sobre o teor da reportagem, a fundação não se manifestou. / F.F.



Share This

Pellentesque vitae lectus in mauris sollicitudin ornare sit amet eget ligula. Donec pharetra, arcu eu consectetur semper, est nulla sodales risus, vel efficitur orci justo quis tellus. Phasellus sit amet est pharetra