Correio Braziliense - 01/02/2012
Aliados da presidente Dilma Rousseff
afirmam que ela tem se valido, principalmente, de uma leva de servidores de
carreira que entraram por concurso público durante os oitos anos do governo de
Luiz Inácio Lula da Silva. "As pessoas não reconhecem, chamam isso de
inchaço da máquina pública. Mas tem uma nova geração de servidores chegando com
ideias novas para oxigenar a administração federal", disse um interlocutor
da presidente.
Por estarem há pouco tempo nas
carreiras e, em muitos casos, serem muito novos — a maior parte dessa geração
não chegou ainda aos 40 anos — esse grupo não tem condição de ocupar cargos de
diretorias ou presidências de estatais. "Mas eles estão sendo fundamentais
para subsidiar seus superiores e tentar implementar um novo modelo de gestão",
completou um aliado de Dilma.
Os partidos começam a se acostumar com
o estilo duro da presidente. E olham com naturalidade as mudanças que Dilma tem
implementado nesse início de ano. "A presidente teve um ano de governo,
comparou os resultados, os balanços de cada área. Agora, vai promover os
ajustes para que as coisas andem de maneira mais eficiente", disse o líder
do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP).
O PT, inclusive, é um dos partidos que
perdeu quadros nessas mexidas de janeiro. O presidente da Petrobras Sérgio
Gabrielli cedeu espaço à também petista Maria das Graças Foster. Mas,
diferentemente do primeiro, Foster não é uma militante ferrenha, uma
"petista de raiz", como costuma brincar os filiados ao PT. A queda de
Gabrielli, inclusive, causou uma alteração de forças do partido na Bahia, pois
o ex-executivo é um dos pré-candidatos da legenda ao governo baiano em 2014.