Portal Vermelho
- 24/04/2012
Trabalhadores do serviço público de todo o país irão fazer
uma paralisação massiva nesta quarta-feira (25), exigindo do governo federal a
valorização de seus salários. No total, 31 entidades sindicais – entre elas a
CTB – apoiam o movimento, que deve ser o primeiro passo de uma campanha de
mobilização de toda a categoria.
Para João Paulo Ribeiro, secretário do Trabalhador do
Serviço Público da CTB, o Dia Nacional de Lutas marcado para esta quarta-feira
(25) será um grande teste para a categoria. “O tamanho da nossa vitória será o
tamanho de nossa luta. As repartições serão fechadas em todo o país. Queremos
inviabilizar que qualquer espaço público seja aberto. É um absurdo o que está
acontecendo. O governo investe em diversas áreas, mas há três anos sequer
conversa conosco”, afirmou.
Ribeiro, que também é dirigente da Federação dos Sindicatos
dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra), lembra que
durante os primeiros anos do governo Lula houve alguns avanços, mas no período
mais recente o funcionalismo público tem estado à míngua. “Posso dar o exemplo
da Fasubra: lá não temos reajuste real há três anos. Tivemos apenas a reposição
da inflação do período”, destaca.
Na opinião do dirigente, além da desvalorização dos
trabalhadores do serviço público, o resultado dessa política do governo federal
é alta rotatividade que tem sido vista. “O profissional acaba ficando pouco
tempo no cargo. Como não é valorizado, ele acaba prestando outros concursos”,
explica Ribeiro, destacando também que essa situação acaba prejudicando os
servidores com mais tempo de dedicação ao funcionalismo público. “A prioridade
hoje tem sido a de valorizar apenas quem está chegando ao setor público.
Aqueles com décadas de trabalho, perto de se aposentar, é que estão sentindo na
pele esse problema.”
Melhorias para a sociedade
A organização do Dia Nacional de Paralisação divulgou um
documento no qual explica os motivos do protesto. Segundo as entidades, o
governo federal tem se mostrado pouco disposto a conversar com as 31 entidades
que articulam o movimento. “Sempre com um discurso de austeridade imposto pela
crise internacional, até o momento o governo tem dito ‘NÃO’ a todas as demandas
urgentes apresentadas pelos servidores para garantir melhorias e
consequentemente qualidade no atendimento público”, diz o texto.
“Tratados até agora com descaso no processo de negociações
com o governo, os servidores públicos precisam reagir e lutar se quiserem ver
atendidas suas demandas mais urgentes. Demandas que são a ponte para se
alcançar as melhorias de que o setor público tanto necessita”, dizem as
entidades, que nesta terça-feira seriam recebidas por representantes do
Ministério do Trabalho, em Brasília.
Fonte: Portal CTB