O Estado de S. Paulo
- 13/06/2012
Duas universidades aderiram à paralisação dos professores
universitários, que atinge 53 instituições de ensino
Depois de 25 dias de uma paralisação que cresce a cada dia,
a cúpula do Ministério do Planejamento reuniu-se ontem com o comando de greve
das instituições federais de ensino superior. O governo tenta pôr fim ao
movimento que ganhou novo fôlego ontem: mais duas universidades aderiram à
greve, que atinge agora 53 instituições.
Cabe à pasta a definição do plano de carreira dos docentes
federais, principal reivindicação dos grevistas. O encontro com integrantes do
Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes)
começou às 17 horas no ministério. Até as 20 horas ainda não havia informações
sobre a conversa.
A greve é vista como sem justificativa no Ministério da
Educação (MEC). A categoria recebeu aumento salarial de 4%. O ministro Aloizio
Mercadante argumenta que há prazo legal para que essa negociação seja
concluída, já que o orçamento de 2013, que irá custear as mudanças, só será
fechado em 31 de agosto.
Apesar disso, o governo está atento ao movimento. O Palácio
do Planalto teme que a greve dos professores se espalhe por todo o
funcionalismo público e abra uma crise em ano de eleições. A ministra Miriam
Belchior, que não participou do encontro de ontem, tem sido criticada pela
falta de habilidade nas negociações com os docentes e com outra categoria que
ameaçava cruzar os braços, os médicos (mais informações nesta página).
Em razão da reunião em Brasília, professores e alunos das
federais de São Paulo que estão de braços cruzados fizeram protesto em frente a
Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa), no centro. "Somos contra
ao fato de a carreira ser debatida no Ministério do Planejamento e não na
Educação, com esse conceito que olha só para o orçamento", afirma a
vice-presidente da associação dos docentes da Federal de São Paulo (Unifesp),
Soraya Smaili.
Quase mil pessoas participaram do protesto, segundo os
organizadores. A UFABC também está em greve.
Ontem, a Universidade Federal do Ceará (UFC) e a
Universidade Federal da Integração Luso-Afro-Brasileira (Unilab) decidiram pela
greve. Já são 49 universidades federais em greve, de um total de 59. As outras
instituições são centro de educação tecnológica e institutos.