Gustavo Henrique Braga
Correio Braziliense
- 12/06/2012
A primeira onda de greves do governo de Dilma Rousseff
começou a tomar conta do funcionalismo público federal. Depois dos professores
universitários, os técnicos administrativos das universidades também cruzaram
os braços, ontem, em protesto por reajustes salariais. Já os auditores fiscais
da Receita Federal prometem uma paralisação de alerta para hoje e amanhã e,
caso não sejam atendidos, ameaçam greve geral a partir da semana que vem.
Médicos dos hospitais federais também farão paralisação de
alerta hoje, contra a Medida Provisória nº 568/2012, que reduz o salário da
categoria. Amanhã, será a vez dos quadros das escolas técnicas pararem, bem
como servidores do Judiciário e do Ministério Público, movimento que será
seguido, dia 18, por empregados do Executivo.
Na avaliação de Pedro Delarue, presidente do Sindicato
Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco), o
conjunto de paralisações demonstra um erro de estratégia do governo na
negociação com os servidores. A insatisfação é geral. Faltou sensibilidade
política, ponderou Delarue.
Avaliação semelhante tem o coordenador de organização
sindical da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades
Públicas Brasileiras (Fasubra), José Ronaldo Esmeraldo: A greve generalizada
entre diversas categorias demonstra que ninguém suporta mais uma política de
arrocho. Além da pauta geral, que prevê reajuste salarial de 22%, a Fasubra
cobra aumento do piso da categoria, que atualmente é de 1,3 salário mínimo,
para três salários mínimos.