Juliana Braga e Ana Carolina Dinardo
Correio Braziliense
- 14/06/2012
Servidores da Justiça se manifestaram, ontem, em frente ao Palácio do Planalto para reivindicar reestruturação das carreiras e correção de até 56% nos vencimentos . Paralisação pode ter duração indeterminada
Servidores da Justiça se manifestaram, ontem, em frente ao Palácio do Planalto para reivindicar reestruturação das carreiras e correção de até 56% nos vencimentos . Paralisação pode ter duração indeterminada
Servidores do Poder Judiciário cruzaram os braços, ontem, em
mobilização por aumento salarial. O ato, de 48 horas, continua hoje nos
tribunais do Distrito Federal, de São Paulo e do Rio Grande do Sul. Hoje, os
servidores de Mato Grosso também vão parar as atividades, por 24 horas. Já em
Minas Gerais e no Rio de Janeiro as paralisações de ontem duraram três horas. A
Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e do Ministério
Público da União (Fenajufe) cobra do governo a aprovação dos Projetos de Lei
6613/2009 e 6697/2009, que tratam da reestruturação de carreiras da categoria e
podem resultar em reajuste de 56%.
Cerca de 150 servidores foram à Praça dos Três Poderes
pressionar pela votação dos projetos. A manifestação começou em frente ao STF.
Segundo o sindicato, 600 pessoas assinaram a lista de presença. Depois,
vestidas de preto, se encaminharam ao Palácio do Planalto, onde fecharam a via
na direção Avenida das Nações por 15 minutos. Os trabalhadores se reunirão
hoje, às 16h, em assembleia atrás do Supremo Tribunal Federal (STF) para votar
indicativo de greve por tempo indeterminado a partir do próximo dia 21.
O último reajuste da categoria foi dado em 2006. A
presidente usa medidas protelatórias para não colocar o aumento em pauta,
afirmou o coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário
e do Ministério Público da União no Distrito Federal (Sindjus), Jaílton Assis.
Os sindicalistas também reclamam da atuação dos presidentes que passaram pelo
STF, mas não conseguiram negociar a votação dos PLs. %u201CJá passaram três
presidentes desde que o projeto foi apresentado e até hoje nada, criticou
Assis. O STF garantiu que aceleraria as negociações com a categoria, mas o PL
6613 nem sequer entrou na pauta da Comissão de Finanças e Tributação 201,
complementou Sheila Tinoco, coordenadora do Sindjus.
Apesar da mobilização, o governo, por enquanto, não deu
sinal de que o pleito do Judiciário será atendido. Na última segunda-feira, em
audiência na Câmara, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse que
é muito cedo para fazer qualquer comentário sobre uma definição cujo prazo é
agosto, referindo-se À data-limite para definição do orçamento. Nos cálculos do
governo, a aprovação dos PLs resultaria em um impacto de R$ 7,7 bilhões nos
cofres públicos.
(Colaborou Gustavo Henrique Braga)