BSPF - 21/06/2012
Três sindicatos se uniram em ato simbólico nessa
quarta-feira para pedir melhorias na educação e protestar contra a ausência de
proposta do Governo para encerrar a greve
Três categorias federais lançaram nesta quarta-feira, 20, um
manifesto coletivo por melhorias na educação e contra a indefinição de uma
proposta do Governo para o fim da greve. O manifesto foi lançado em ato
simbólico no plenário 16 do anexo II da Câmara dos Deputados, no final da tarde
desta quarta-feira, 20 de junho. Cerca de 150 pessoas participaram do ato,
reforçado pela presença de parlamentares, entre eles Paulo Rubem (PDT-PE) e
Érica Kokay (PT-DF). Ambos afirmaram que as mudanças pleiteadas pelos
trabalhadores da educação superior devem ser feitas "de baixo para cima,
com o apoio da sociedade".
O documento une o posicionamento de duas entidades representativas
de professores, Andes e Sinasefe, e uma de técnicos, a Federação de Sindicatos
de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra).
“Foi um ato
simbólico, que mostra a integração dessas três categorias federais ligadas à
educação. Essa articulação ocorre entre movimentos que têm uma convergência de
pautas de reivindicações e é um fato inédito na nossa história”, afirmou Luiz
Henrique Schuch, primeiro vice-presidente do Sindicato Nacional dos Docentes
das Instituições de Ensino Superior (Andes).
Além do manifesto, o ato dessa quarta-feira discutiu uma
agenda de mobilização conjunta, face à falta de definição, até o momento, de
uma nova rodada de negociações com o Governo Federal. O coordenador-geral do
Sinasefe, David Lobão, disse que o objetivo do ato é mostrar à sociedade que o
setor de educação está unido. “O Governo tem de ter a responsabilidade de
negociar com docentes e técnicos. Estamos encaminhando hoje um ofício ao
Governo Federal pedindo que a Fasubra seja incluída nas reuniões de negociação
com os professores”, afirmou. “Eles devem participar das nossas reuniões, assim
como devemos estar presentes nas negociações deles”, acrescentou.
Janine Vieira Teixeira, coordenadora-geral da Fasubra,
concorda que deve haver uma interação maior entre as categorias durante as
negociações com o governo. “É importante porque assim o Governo nos vê. Até
agora, o Governo nunca abriu um canal de diálogo com os técnicos. O que é
discutido com os professores tem de ser discutido conosco também”, disse. “Não há
sentido em diálogos separados. A vida da universidade é coletiva”, reforçou
David Lobão.
PARCERIA - O encontro dessa quarta-feira na Câmara dos
Deputados seguiu um processo de integração entre as categorias cujo marco
inicial foi um ato conjunto contra a precarização do ensino durante a
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que
ocorre no Rio de Janeiro até a próxima sexta-feira, 22. O manifesto apresentado
hoje será traduzido para cinco idiomas e distribuído ainda no evento
internacional que está sendo realizado do Rio de Janeiro.
Na última terça-feira, 19, o Governo Federal desmarcou
reunião prevista com os docentes para negociar uma saída para a greve, que já
dura mais de um mês . Ainda não há data prevista para um novo encontro com o
governo, segundo Paula Marquês, assessora do Ministério do Planejamento. “É
possível que isso seja definido na próxima semana”, afirma.
Fonte: UnB Agência