Agência Brasil
- 26/07/2012
Brasília - A Associação Nacional dos Docentes do Ensino
Superior (Andes), principal entidade
representativa dos professores de instituições federais de ensino, divulgou
hoje (26) comunicado oficial rejeitando a nova proposta do Ministério do
Planejamento.
De acordo com o sindicato, o texto foi encaminhado às
universidades de todo o país, a fim de embasar assembleias que acontecerão
entre hoje e segunda-feira (30). Nos encontros, será votado o posicionamento de
cada instituição sobre o fim ou continuidade da greve dos docentes, que já dura
71 dias.
O comando nacional de greve da Andes reuniu-se ontem ainda
pela manhã para debater a proposta do governo, e as discussões se estenderam
até a madrugada de hoje. O documento afirma que as alterações nos percentuais
de aumento apresentadas pelo Planejamento "foram dirigidas às situações
que demonstravam maior perda de valor real até 2015", mas que, mesmo
assim, "a maioria dos docentes terá valor real reduzido nos seus
salários".
O texto alega ainda que questões consideradas importantes
pelos docentes, tais como a estruturação e a progressão de carreira; a
gratificação por projetos institucionais e atividade de preceptoria; e os
critérios para promoção de professores foram jogadas para frente, ficando sob a
dependência da criação de grupos de trabalho.
Para a Andes, isso evidencia "o esforço do governo para
retirar os pontos polêmicos da mesa de negociações durante a greve, avocando a
si, no futuro, a discricionariedade para tomar as decisões".
Marinalva Oliveira, presidenta da Andes, afirma que os
percentuais de reajuste apresentados pelo governo - de 25% a 40%, segundo a
nova proposta - aparentam ser elevados, mas têm como referência o mês de julho
de 2010. "Além disso, a proposta é parcelada em três anos. Se considerada
a inflação do período, esses reajustes não cobrem", disse.
A Federação de Sindicatos de Professores de Instituições
Federais de Ensino Superior (Proifes), sindicato que representa parcela menor
da categoria dos docentes, decidiu apoiar a proposta governamental e recomendar
o encerramento da greve. A Agência Brasil tentou contato com membros da
diretoria da entidade, mas não houve retorno até o fechamento desta matéria.