BSPF - 11/07/2012
De olho na "responsabilidade fiscal", o governo
federal não deverá conceder reajustes aos funcionários públicos neste ano e nem
no ano que vem. Pelo menos se a situação econômica continuar
"preocupante", afirmam fontes do governo. Hoje, estima-se que 350 mil
servidores federais estejam em greve, na maioria professores e funcionários de
universidades.
O governo está "de pés e mãos atados" e os
ministérios da Fazenda e do Planejamento não têm condições de conceder os
ajustes, mas auxiliares da presidente Dilma Rousseff afirmam que a situação não
é definitiva. Se houver uma recuperação de receita, o Executivo estuda atender
às demandas dos trabalhadores por aumentos.
Nesta semana, em reunião com membros da Comissão Mista de
Orçamento, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, sinalizou que não
haverá espaço no ano que vem para aumentos, porque a crise econômica está mais
grave e sua resolução, demorando mais do que o previsto.
Miriam deixou claro que só aprova a "abertura para
negociação" na Lei de Diretrizes Orçamentárias, se os parlamentares
indicarem de onde partirão os recursos. No momento, o texto não prevê dinheiro
para reajustes nem no ano que vem.
Na manhã desta sexta-feira, o ministro da Secretaria-Geral
da Presidência, Gilberto Carvalho, ponderou que o governo avalia as
possibilidades de aumento "com muita preocupação" em relação à
situação econômica.
"O governo segue analisando as possibilidades com muita
preocupação em relação a economia e confiando na maturidade dos servidores que
estão vendo o que está acontecendo no mundo todo nos temos que ter governo de
responsabilidade. Esse assunto segue discutido e centralizado no
Planejamento", disse.
Na avaliação do Planalto, segundo relatos, as greves mais
delicadas são as que envolvem os funcionários da Receita Federal, da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Polícia Federal. A paralização
desses setores podem, dizem interlocutores do governo, provocar um
"estrangulamento do Estado".
Fonte: terra