Agência Brasil
- 25/07/2012
Brasília – Servidores do Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária (Incra) e do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)
distribuíram hoje (25) 1 tonelada de alimentos como forma de chamar a atenção
para as reivindicações da greve que atinge os dois órgãos.
No gramado entre a Praça da República e a Rodoviária do
Plano Piloto, região central de Brasília, os manifestantes entregaram kits
contendo bananas, laranjas e fubá a quem passava pelo local. De acordo com os
organizadores do protesto, trata-se de produtos originários da agricultura
familiar e de assentamentos rurais.
Segundo o diretor da Confederação Nacional das Associações
de Servidores do Incra (Cnasi), Reginaldo Marcos Aguiar, a doação foi feita em
todas as capitais do país e em alguns municípios do interior. “É um ato
nacional, realizado em todas as cidades que possuem superintendência do Incra.
A expectativa é chegar a 30 toneladas de alimentos distribuídos até o fim do
dia”, disse.
Aguiar explicou que o objetivo da manifestação foi divulgar
o trabalho desenvolvido pelos dois órgãos paralisados. “A gente busca chamar a
atenção da população para a desestruturação e a falta de capacidade de levar
desenvolvimento aos projetos de assentamento criados pelo Incra e aos
agricultores familiares apoiados pelo MDA”, declarou. De acordo ele, a verba
destinada aos órgãos sofreu corte de 25% em 2012, caindo de R$ 4 bilhões para
R$ 3 bilhões. Segundo Aguiar, a redução dificultou o trabalho dos servidores.
Além do incremento de pelo menos 50% no orçamento, o
movimento grevista reivindica equiparação salarial com os funcionários do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. “Desenvolvemos as mesmas
atividades e ganhamos um terço do que eles ganham”, afirmou Aguiar. A
paralisação do Incra e MDA já dura mais de um mês.
O ato dos servidores atraiu a curiosidade de pessoas como a
bacharel em direito Ana Lúcia Cardoso, 46 anos. “Estou achando muito
interessante a forma de protesto que eles escolheram. Realmente chama a
atenção, ainda mais se você pensar que esse é um país com muita gente passando
fome e o governo não faz nada”, opinou.