Agência Brasil
- 30/07/2012
Brasília - O Ministério do Planejamento sinalizou que não
apresentará amanhã (31) a proposta de reajuste aguardada pelos servidores
federais, paralisados há 41 dias. O órgão enviou hoje (30) um ofício à
Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef) suspendendo
as reuniões com a categoria sobre a pauta de reivindicações geral, previstas
para esta semana. Os encontros devem ser retomados somente a partir do próximo
dia 13. Diante da decisão, o Condsef anunciou que pretende endurecer a greve.
A data (31 de julho) havia sido acordada como prazo final
para apresentação de uma proposta, a fim de que os servidores tivessem tempo
suficiente para analisá-la. Isso porque após 30 de agosto já não será mais possível
modificar a previsão orçamentária para 2013.
Por meio da assessoria de comunicação, o Planejamento
confirmou o envio do ofício, mas disse que a negociação da pauta geral foi
apenas adiada. Segundo o órgão, as reuniões com as categorias para debater
assuntos específicos estão mantidas. Amanhã, está previsto, por exemplo,
encontro com servidores do Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes (Dnit).
Para Sérgio Ronaldo da Silva, diretor do Condsef, a
suspensão é “mais um sinal de que o governo não tem proposta”. “Ele mesmo
[governo] tinha fixado essa data do dia 31. A orientação agora é intensificar a
greve e as manifestações em todo o país”, disse. Segundo ele, uma ação de
panfletagem está marcada para hoje (30), às 16h, na Rodoviária do Plano Piloto,
zona central de Brasília.
Segundo o diretor, os servidores querem a correção da
inflação desde 2010 e a aplicação do crescimento acumulado do Produto Interno
Bruto (PIB), o que representaria um reajuste salarial de 22,08%. O Ministério
do Planejamento, no entanto, descartou a proposta dos grevistas e desde então
as categorias esperam uma contraproposta.
No início de julho, o governo autorizou o corte de ponto dos
servidores federais em greve. Os funcionários no Distrito Federal recorreram à
Justiça, que concedeu liminar suspendendo a medida. O Ministério do
Planejamento informou que a Advocacia-Geral da União (AGU) está recorrendo da
decisão.