Agência Brasil
- 04/07/2012
Brasília – Servidores da Justiça Eleitoral iniciaram hoje
(4), em vários estados, uma greve de 48 horas para pressionar o Congresso
Nacional a aprovar o novo plano de carreira da categoria, que está sem reajuste
de salários desde 2003. O movimento ocorre na véspera do fim do prazo para
registro de candidaturas a prefeito e a vereador nas eleições de outubro deste
ano, o que poderá prejudicar os que deixaram essa providência para os últimos
dias.
De acordo com o Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário
Federal (Sinjufego), em Goiás, a paralisação já atingiu 109 dos 120 cartórios
eleitorais do estado. No Distrito Federal, onde não haverá eleições em outubro,
a o Tribunal Regional Eleitoral informou que não há paralisação e que tudo
funciona normalmente.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reconheceu a existência
do movimento grevista e informou que fará um balanço da situação ainda hoje.
Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores da Justiça
Federal e Ministério Público da União (Fenajufe), a greve está ocorrendo, com
intensidades diversas, em São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Alagoas,
no Piauí, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Acre e
Tocantins. Na Paraíba, os servidores do TRE decidem nesta tarde se param os
trabalhos da Justiça Eleitoral.
Os servidores lutam pela aprovação do Projeto de Lei
6613/2009, na esperança de reestruturação do plano de carreiras e de reposição
de perdas inflacionárias. A idéia é que as manifestações e protestos ocorram em
frente aos cartórios eleitorais até amanhã (5), data-limite para registro de
candidaturas às eleições deste ano.
O presidente do Sinjufego, João Batista Morais Vieira, disse
à Agência Brasil, por telefone, que, em reunião hoje de manhã no TRE, o presidente
do tribunal, desembargador Gilberto Matos Filho, informou que as negociações
com o governo federal e o Congresso “não são muito favoráveis aos
servidores". De acordo com o sindicalista, o desembargador disse que o
jogo está sendo muito duro, pois eles [servidores] foram transformados "em
bodes expiatórios de todos os problemas do serviço público".
“O que nós queremos é apenas a reposição das perdas com a
inflação, pois estamos há oito anos sem reajuste, já que o plano de carreira
atualmente em vigor é de 2004. Nesse período, a reposição chega a 53%, Quando
sair, já estará defasada”, afirmou João Batista.
Segundo Batista, o projeto de lei para corrigir a situação
está parado há dois anos na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos
Deputados e, por isso, os servidores estão fazendo a greve de 48 horas na
tentativa de abrir um canal de negociação com o governo e o Congresso. Se não
forem atendidos, disse ele, a greve poderá se transformar em uma paralisação
por tempo indeterminado e causar problemas para a realização das eleições deste
ano.