Ana Carolina Dinardo e Jorge Freitas
Correio Braziliense -
13/07/2012
Diante das constantes negativas em relação às reivindicações
dos servidores, os grevistas partiram ontem para a afronta contra o governo.
Conforme anunciado pelos líderes sindicais, um ato de repúdio foi realizado em
frente ao Palácio do Planalto. Funcionários de 12 órgãos federais queimaram
cópias da portaria normativa que determinou, por ordem da Presidência, o corte
do ponto dos que estão parados.
Mesmo com as manifestações, o governo não sinalizou qualquer
intenção de voltar atrás na decisão. O diretor da Confederação dos
Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo, no entanto,
afirmou ontem, após reunião com o secretário executivo da Presidência da
República, Rogério Sottilli, que "a demanda do corte de ponto será
encaminhada ao ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto
Carvalho". A Condsef já anunciou que pretende recorrer à Justiça para legalizar
a greve e abonar os dias cortados.
Com a demora nas negociações entre governo e representantes
sindicais, novas categorias estão aderindo ao movimento. Os servidores das
agências reguladoras, em "operação tartaruga" há cerca de 10 dias,
optaram pela greve por tempo indeterminado a partir de segunda-feira. De acordo
com o Sindicato das Agências Reguladoras (Sinagências), as unidades de 10
órgãos e do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) cruzarão os braços
em todo o país.
Os serviços de fiscalização só serão realizados em situação
de urgência, definidos pelo presidente do sindicato, José Maria Medeiros, como
"casos que envolvam transfusão de sangue, liberação de órgãos humanos para
transplantes e equipamentos de UTI". A categoria defende a criação de uma
carreira de regulação e reestruturação salarial.