Correio Braziliense
- 31/07/2012
A demora do governo em responder as reivindicações dos
servidores tem engrossado o coro do da paralisação, que teve início em junho.
Hoje, trabalhadores de cerca de 30 entidades estão parados. E a prorrogação do
prazo para a apresentação de uma proposta pode fazer com esse número cresça. Os
funcionários do Judiciário prometem cruzar os braços a partir de amanhã, usando
o julgamento do mensalão para pressionar o governo.
Os fiscais agropecuários prometem suspender as atividades a
partir da próxima segunda-feira. De acordo com o sindicato da categoria, a
decisão sai em uma assembleia amanhã. Se os fiscais agropecuários pararem, a
situação deve piorar nos portos e nos aeroportos, onde os fiscais da Receita
Federal e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já interromperam
os trabalhos — eles se limitam a situações de emergência. Caso se concretize, a
greve deve dar bastante dor de cabeça ao governo, pois o prejuízo nas
exportações de grãos e produtos agropecuários atingirá a balança comercial do país.
Sem alternativa
Outras categorias com paralisações agendadas são os
analistas e os técnicos de Finanças e Controle da Secretaria do Tesouro
Nacional e da Controladoria-Geral da União (CGU): 6 de agosto. Mas a suspensão
do trabalho dos profissionais da carreira de finanças e controle deve durar
apenas dois dias. Tempo suficiente para inviabilizar o treinamento de
servidores para o Programa de Fiscalização de Municípios.
As lideranças esperam ainda que outras paralisações
gradativamente aconteçam. "Nós não temos tradição de greve, mas é única
opção que temos, já que o governo tem demonstrado não se importar com os
servidores", explicou o presidente do Sindicato Nacional dos Analistas e
Técnicos de Finanças e Controle (UnaconSindical), Rudinei Marques.