sexta-feira, 20 de julho de 2012

Mesmo sob pressão de grevistas, governo adia proposta de aumento



Flávia  Foreque, Márcio Falcão  e Kelly Matos
Folha de S. Paulo     -      20/07/2012




Planalto espera que determinação de corte de ponto e ameaça de ir à Justiça dissipem greve

BRASÍLIA -  Apesar da pressão e do tumulto provocado por servidores grevistas nesta semana em Brasília, o governo continua adiando uma proposta final sobre o reajuste para o funcionalismo público.

Ontem, o Planalto atuou em duas frentes para tentar diminuir a temperatura política e a tensão com as entidades sindicais. A presidente Dilma convocou a ministra Miriam Belchior (Planejamento), que concentra as negociações com as categorias, para discutir o cenário.

Responsável pela interlocução com os movimentos sociais, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) se encontrou com o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vagner Freitas.

Na conversa, Carvalho afirmou que a equipe econômica ainda tenta "equacionar as contas" para definir a política salarial dos servidores.

O discurso não convenceu os líderes das paralisações -que atingem dezenas de ministério e órgãos federais.

"O governo continua protelando, sem proposta, engessa a discussão e provoca um tensionamento", disse o coordenador do setor público da CUT, Pedro Armengol.

A avaliação foi reforçada pelo dirigente da Condsef (Confederação dos trabalhadores no serviço público federal) Sérgio Ronaldo. "Estamos cansados de participar de reunião para ouvir a mesma coisa, sem proposta. Isso leva a um conflito."

O governo diz que ainda há espaço para discussão, uma vez que a previsão de Orçamento de 2013 será enviada ao Congresso em agosto.

A orientação de Dilma ao Planejamento é que amplie o diálogo com as categorias de maior tamanho e capazes de fazer ações estratégicas com impacto na economia, como a da Eletrobras.

O Planalto espera que a determinação de corte de ponto e a ameaça de ir à Justiça questionando a legalidade da greve tenham resultado.

Ontem, pelo segundo dia consecutivo, os grevistas foram para o Planejamento e bloquearam a entrada do ministério.


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