Proposta do governo não agrada e greve nas federais deve continuar
G1 - 20/07/2012
Das 59 universidades federais, 57 estão em greve há mais de dois meses.
Brasília - Um milhão de estudantes das universidades federais devem continuar sem aulas.
O aumento proposto pelo governo não agradou aos professores, que seguem em greve.
Até agora, a cada assembleia, mais um voto pela rejeição à proposta do governo. Das 59 universidades federais, 57 estão em greve há mais de dois meses. E pelo menos 21 decidiram continuar paradas.
O governo ofereceu reajustes que variam de 24% a 45%. Os percentuais são maiores para os professores com doutorado e dedicação exclusiva, que representam 86% da categoria. Ao todo, o aumento soma quase R$ 4 bilhões, a serem pagos ao longo dos próximos três anos.
O clima nesta sexta-feira (20) na Esplanada é outro. Acabaram as manifestações.
O ampamento está sendo desmontado. Mas a tranquilidade não é sinal de acordo. O Ministério da Educação aposta todas as fichas na mesa de negociação, que tem reunião marcada para segunda-feira (23).
De um lado vão estar os professores que querem um aumento maior, pago em menos tempo e sem as diferenças propostas de acordo com a graduação dos docentes.
“O que nós queremos é que o governo não imponha barreiras para aquilo que é um direito do trabalhador, que é progredir na sua carreira”, defende a presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Marinalva Oliveira.
Do outro, o governo que diz que a proposta garante aumento real para os professores pelos próximos anos, mesmo diante da crise internacional, e que não abre mão de valorizar os professores pela graduação.
“É um esforço muito grande para que a gente possa melhorar a carreira docente, mas estimular que eles se titulem, que eles estudem, pesquisem, para melhorar a qualidade do ensino no Brasil”, afirma o ministro Educação, Aloizio Mercadante.