quarta-feira, 11 de julho de 2012

Senado aprova reajuste a servidores sem reduzir salário de médicos



Folha de S. Paulo     -     11/07/2012




BRASÍLIA - O Senado aprovou nesta quarta-feira uma medida provisória que concede reajuste salarial para cerca de 700 mil servidores ativos e inativos. O texto foi aprovado com uma mudança que impede a redução dos salários pagos a médicos federais.

Depois de protestos da categoria e ameaça de paralisação dos atendimentos, o Congresso retomou o valor salarial pago atualmente aos médicos. O governo diz que houve um "erro" na edição da MP 568, o que provocou incorretamente a redução nos subsídios da categoria.


Segundo entidades do setor, se não houvesse mudanças no texto do governo encaminhado ao Congresso, os honorários dos médicos seriam reduzidos à metade. O que hoje é pago por uma jornada de 20 horas semanais passaria, segundo as entidades, a ser o valor pago a quem trabalha o dobro, ou seja, a jornada de 40 horas, somado a uma complementação provisória.


O texto elaborado pelo líder do governo, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), cria uma tabela específica para os salários dos médicos --o que acaba com a redução dos vencimentos. Pelo texto da Medida Provisória, a categoria seguiria os moldes das carreiras da Previdência, Saúde e Trabalho. Mas o governo determinou a criação de tabela única para os médicos.


"Acabamos com a tabela que veio na Medida Provisória, restabelecemos uma nova tabela para as outras categorias e criamos uma tabela específica para a carreira médica. 



Os médicos ficam desvinculados da tabela PST [Previdência, Saúde e Trabalho]", disse Braga.

O Congresso também manteve a possibilidade de jornadas aos médicos com dois contratos de 20 horas. E preservou a lei 9.436 de 1997 que permite ao médico fazer jornada dupla de 40 horas, benefício estendido integralmente a aposentadorias e pensões.


Também foi retirada a chamada VPNI (Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada), criada pelo governo na medida provisória para compensar as perdas da categoria médica com as mudanças --ao converter a diferença dos 50% atualmente pagos pelas 40 horas na VPNI.


As entidades médicas afirmam, porém, que a VPNI teria valor congelado e dele seriam descontados reajustes futuros, afetando aposentados e pensionistas.


O Legislativo ainda retirou artigo que prevê mudanças no pagamento de insalubridade e periculosidade para as categorias do funcionalismo público --mantendo o modelo que está em vigor no país de 10% sobre o vencimento básico do trabalhador.


O texto final aprovado pelo Congresso mantém acordo firmado com servidores da Fiocruz e da área de ciência e tecnologia das Forças Armadas, que prevê gratificação aos servidores com base na qualificação de cada um.

(GABRIELA GUERREIRO)




Share This

Pellentesque vitae lectus in mauris sollicitudin ornare sit amet eget ligula. Donec pharetra, arcu eu consectetur semper, est nulla sodales risus, vel efficitur orci justo quis tellus. Phasellus sit amet est pharetra