Agência Brasil
- 11/07/2012
Rio de Janeiro – O trabalho desenvolvido pelo Departamento
de Mercado Aberto (Demab) do Banco Central (BC), cujas atividades estão
centralizadas no Rio, ficou mais lento hoje (11). A causa foi a mobilização dos
funcionários públicos federais das chamadas carreiras de Estado, que envolvem
órgãos como o próprio BC, a Receita Federal e a Polícia Federal. Parte dos
serviços do setor foram transferidos pelo BC para uma entidade privada
parceira.
Em todas as dez
regionais do Banco Central distribuídas pelo país está havendo
paralisação. As próximas mobilizações estão programadas para São Paulo (19/07)
e Brasília (26/07). "Por enquanto, há paralisações de 24 horas. Em
seguida, vamos passar para a greve mesmo”, disse o presidente do Sindicato
Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), regional Rio de Janeiro,
João Marcus Monteiro.
Entre as atribuições do Demab, que é subordinado à Diretoria
de Política Monetária do BC, estão as de realizar as operações de compra ou
venda de títulos públicos (mercado aberto) e de administrar o Sistema Especial
de Liquidação e de Custódia (Selic) desses títulos, além de promover os leilões
de títulos do Tesouro Nacional. Esses leilões não foram realizados hoje, mas
isso não teve relação com o movimento dos servidores, de acordo com a
assessoria de imprensa do BC.
No Rio, o ponto alto da mobilização é a realização de um ato
nacional, esta tarde, em frente à sede do Banco Central, no Rio de Janeiro.
Além dos funcionários do BC, se encontram no local servidores do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Polícia Federal, Comissão de
Valores Mobiliários (CVM), Superintendência de Seguros Privados (Susep), entre
outras instituições, informou João Marcus Monteiro. “Dez entidades federais
confirmaram a presença para o ato de hoje”, disse.
Segundo informou à Agência Brasil o presidente do Sinal-RJ,
“por precaução, talvez por medo de alguma
baderna”, o BC teria transferido nesta quarta-feira parte do serviço do Demab para a Associação
Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), em São
Paulo, que é parceira do Banco Central na gestão do Selic, sistema que custodia
os títulos públicos.
A transferência foi confirmada pela assessoria de imprensa
do Banco Central, em Brasília. “A gente está com a mesa (de operações) em
regime de contingência. Mas ela está funcionando normalmente. Não tem prejuízo
nenhum”, acrescentou a assessoria. Segundo Monteiro, um grupo do Demab fica na
Anbima e outro na mobilização, o que “dificulta o trabalho. O trabalho fica
mais lento lá”.
O ato nacional
objetiva chamar a atenção do governo federal para a necessidade de
recomposição das tabelas salariais das carreiras de Estado. A recuperação das
perdas provocadas pela inflação é condição essencial, segundo alegam os
sindicalistas, para a manutenção da qualidade e da autonomia da Administração
Pública. Segundo a categoria, os funcionários estão há quatro anos sem reajustes.