Agência Brasil
- 16/08/2012
A advocacia pública federal - que reúne as carreiras de
advogado da União, procurador federal, da Fazenda e do Banco Central - pode ser
a próxima categoria do funcionalismo público a entrar em greve.
As associações e sindicatos que representam esses servidores
farão consultas e assembleias até o início da próxima semana para decidir
contra ou a favor da paralisação. Caso os profissionais optem por cruzar os
braços, o movimento deve ser deflagrado na quarta-feira (22).
De acordo com Luís Carlos Palacios, diretor-geral da União
dos Advogados Públicos Federais do Brasil - que representa 1,8 mil dos cerca de
8 mil profissionais na ativa no setor - as carreiras da advocacia pública
federal dialogam com o governo há dois anos sem conseguir uma proposta concreta
de aumento salarial.
Os servidores reivindicam equiparação salarial com a
magistratura e com membros do Ministério Público Federal. "Na Constituição
Federal nossa função está no mesmo patamar da deles, mas temos 40% menos de
salário inicial", afirma Palacios. Segundo ele, 22 unidades da Federação
pagam aos advogados estaduais salários melhores do que os oferecidos pela
União.
Marcos Luiz da Silva, presidente da Associação Nacional dos
Advogados da União, diz que o governo está "empurrando" os
profissionais da advocacia pública federal à paralisação, pois o Ministério do
Planejamento não nos recebe para negociar.
No seu entendimento, o ministério “está recebendo os
auditores fiscais, a Polícia Federal, mas a nossa carreira não está sendo
recebida. Com essa estratégia, eles praticamente nos empurram para a
greve", disse.
A entidade presidida Luís Carlos Palacios está fazendo uma
consulta eletrônica sobre a deflagração da greve em seu site. Amanhã (17)
haverá fará uma assembleia para confirmar o resultado.
A associação dirigida por Marcos Luiz da Silva também
realiza enquete pela internet. No sábado (18) fará reunião em Brasília para
avaliar o que fazer caso a paralisação seja aprovada.
Ele explica que "cada entidade da advocacia pública
está adotando uma postura diferente, mas todas têm o compromisso de, até o
início da próxima semana, ter uma posição de seus associados".
Luís Carlos Palacios diz que uma paralisação das carreiras
da área traria impacto no andamento de ações previdenciárias, pareceres e nas
licitações e contratos para a Copa do Mundo, além de queda na arrecadação dos
tributos em juízo.