Vannildo Mendes
O Estado de S. Paulo
- 30/08/2012
Isolados do conjunto dos servidores, que decidiram, em sua
maioria, encerrar a greve, e divididos dentro da própria corporação, os agentes
da Polícia Federal decidem hoje, em assembleia nacional dos seus 27 sindicatos
filiados, se vão para a radicalização ou se aproveitam o último minuto da
prorrogação para aceitar o acordo de reajuste de 15,8%, fatiado em três
parcelas anuais, oferecido pelo governo.
Outra categoria que ficou isolada é a dos auditores e
analistas da Receita Federal, que ganha os maiores salários do Poder Executivo
- entre R$ 13,5 e R$ 19,5 mil mensais - e luta pela equiparação com o
Judiciário e o Ministério Público, cuja renda chega a R$ 26,7 mil no topo da
carreira.
O Ministério do Planejamento passou o dia, ontem, redigindo
atas e minutas de acordo com as categorias que, após três meses de greves,
aceitaram a proposta do governo. Segundo o secretário de Relações do Trabalho,
Sérgio Mendonça, das 35 categorias que entraram em greve por melhoria salarial,
30 fecharam acordo, a maioria em cima da hora.
O governo envia ao Congresso amanhã o projeto de Orçamento
de 2013. O Planalto mandou cortar o ponto dos faltosos e punir os servidores
que cometeram excessos. Avisou que as categorias que não fechassem acordo
ficariam sem reajuste no próximo ano. O ultimato funcionou e várias delas
recuaram de suas posições e aceitaram a proposta.
Entre elas estão a dos fiscais agropecuários do Ministério
da Agricultura, os agentes da Polícia Rodoviária Federal e o pessoal das
agências reguladoras. Para surpresa dos negociadores do governo, até os
servidores administrativos da PF resolveram sair da greve e assinar o acordo.
Como o trabalho atrasou, os agentes, representados pela
Federação Nacional dos Policiais Federais, ainda podem hoje entrar na folha, se
a assembleia decidir aceitar o índice oferecido.