sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Dilma aos servidores: governo está preocupado em garantir emprego de trabalhador ‘mais frágil’


Blog do Josias     -     10/08/2012




Dilma Roussef aproveitou uma solenidade oficial realizada na cidade mineira de Rio Pardo de Minas (MG) para enviar um recado às 28 categorias do setor público em greve. Disse que, sob crise, a prioridade do governo é salvar o emprego dos trabalhadores humildes da iniciativa privada, que não dispõem de estabilidade.


A presidente injetou a crise econômica num discurso sobre o programa odontológico Brasil Sorridente. Sem fazer menção explícita às greves, disse a certa altura: “Nós, hoje, estamos enfrentando uma crise no mundo. O Brasil sabe, porque tem os pés no chão, que ele pode e ele vai enfrentar a crise e passar por cima dela, assegurando emprego para todos os brasileiros.”


Acrescentou: “O que o meu governo vai fazer, e isso ele vai fazer, é assegurar empregos para aquela parte da população que é a mais frágil, que não tem direito à estabilidade, que sofre porque pode e esteve, muitas vezes, desempregada. Nós não queremos isso. Nós queremos todos os brasileiros empregados, ganhando seu salário e recebendo serviços públicos de qualidade.”


Os comentários de Dilma chegam poucos dias antes do prazo fixado pelo Ministério do Planejamento para apresentar as propostas salariais do governo aos servidores, muitos deles paralisados há mais de dois meses. As reuniões ocorrerão na semana que vem, entre segunda (13) e sexta-feira (17).


A presidente teve lá suas razões para contrapor no discurso a estabilidade dos servidores públicos à fragilidade dos empregados de empresas privadas. Respondia às vaias, apitos e assobios que lhe foram dirigidos por cerca de 35 professores, estudantes e servidores da Universidade Federal de Minas.


O grupo foi impedido de levar para defronte do palanque as faixas que havia preparado com antecedência. Mas os manifestantes, pintados para a guerra (duas listras pretas nas faces), sacaram dos bolsos folhas de papel com mensagens acerbas. “Negocia, Dilma”, lia-se numa das folhas. O que não coube no papel foi expressado em gritos: “Ô Dilma, a culpa é sua.


A greve continua.” Ou ainda: “A nossa greve unificou, é estudante, funcionário, professor.”
Longe do palanque, outros manifestantes desfraldavam as faixas vetadas pelos seguranças no local em que Dilma discursou. A oradora ilustre e sua comitiva tiveram de cruzar uma delas ao deixar o local. Lia-se: “Dilma, não deixe a falta de diálogo sepultar a esperança. Reabra a negociação.” Destinatária da mensagem, a presidente atravessou-a com o vidro do carro aberto. Acenou para os insatisfeitos.

Leia mais em Escalada da greve



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