Agência Brasil
- 20/08/2012
As três reuniões do Ministério do Planejamento com
servidores em greve, na manhã de hoje (20), terminaram com o governo oferecendo
reajuste de 15,8% às diferentes categorias e com o agendamento de novos
encontros, para que a pasta faça ajustes solicitados pelos sindicalistas e para
que as lideranças tenham tempo de levar as propostas às suas bases.
Representantes das carreiras do Fórum de Ciência e
Tecnologia; Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro)
e Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) retornam ao Planejamento
na quarta-feira (22) para uma segunda rodada de discussões.
Os dirigentes foram unânimes em considerar baixo o
percentual ofertado, que deve ser aplicado aos vencimentos ao longo de três
anos. No entanto, todos concordaram em levar a proposta para ser votada. No
sábado (18), o secretário de Relações do Trabalho do Planejamento, Sérgio
Mendonça, disse em entrevista que o patamar servirá de parâmetro em todas as
negociações e será o máximo oferecido pelo governo.
O secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores do
Serviço Público Federal (Condsef), Josemilton Costa, que representou os
servidores da Ciência e Tecnologia no encontro com Mendonça, disse que foi
solicitado ao governo que incorporasse a gratificação de desempenho ao
vencimento básico dos trabalhadores. Na nova reunião com o ministério, o Fórum
de Ciência e Tecnologia terá a resposta a esse pleito e informará se aceita o
percentual de 15,8% proposto pelo governo.
Segundo Josemilton, apesar de considerarem o patamar de
reajuste baixo, os grevistas sabem do tempo apertado para as negociações. Os
acordos precisam ser fechados até 31 de agosto, quando a proposta orçamentária
com previsão dos gastos para 2013 deve ser encaminhada ao Congresso Nacional.
"Estamos avaliando que [15,8%] está muito abaixo do que todas os setores
estão reivindicando. Mas as bases é que vão decidir", disse.
Para Wander Alcantelado, coordenador do Sindicato dos
Trabalhadores no Serviço Público Federal no Rio de Janeiro (Sintrasef),
entidade que representou o Inpi na reunião de hoje, os servidores estão
negociando "com a faca no pescoço". "Está sendo uma negociação
dura. Estamos sendo forçados a tirar leite de pedra", disse. Os dirigentes
do Sintrasef também solicitaram ao governo mudanças na proposta sem alteração
do percentual de 15,8%.
"Estamos pedindo a incorporação integral de uma
gratificação aos vencimentos básicos. A reposição do corte de ponto é outra
reivindicação e também queremos que o parcelamento em três anos não engesse a
categoria. No ano que vem tem que haver negociação novamente", disse
Alcantelado.
Segundo o sindicalista, os servidores do Inpi não chegaram a
entrar em greve. "Houve paralisações pontuais e alguns dias vieram
cortados no contracheque". De acordo com o dirigente, haverá assembleia
dos trabalhadores do Inpi amanhã às 10h30, no Rio de Janeiro, para debater a
oferta governamental.
Sérgio Ballerini, presidente do Sindicato Nacional dos
Servidores de Metrologia, Normalização e Qualidade (Asmetro-SN), informou que
os trabalhadores do Inmetro farão assembleia na quarta-feira de manhã para discutir
a proposta do Planejamento e que foram solicitadas ao governo melhorias nos
benefícios concedidos à categoria. "Uma das reivindicações diz respeito ao
nosso plano de saúde, que teve a parcela elevada em 300% para alguns
servidores. Pedimos que isso seja revisto", disse.
Às 15h, Sérgio Mendonça receberá servidores do Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA) e Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (Incra) para novas negociações. Depois, ele se reúne com fiscais
agropecuários e controladores de voo. Para as 20h, está prevista nova reunião
com o Condsef, que dessa vez representará 18 setores do Poder Executivo e
Saúde, Previdência e Trabalho.
Esses trabalhadores pedem equiparação salarial com as
carreiras contempladas pela Lei 12.277/2010. O diálogo com eles é considerado
importante, porque juntas essas categorias somam 500 mil servidores públicos.