IG - 17/08/2012
"Reunião com governo apontou caminho", diz
sindicato
Governo propõe reajuste de 15,8% em dois anos a 18 setores
do serviço público federal. Para o Condsef, proposta não é satisfatória mas
abre negociação com grevistas
O governo federal propôs nesta sexta-feira (17) reajuste de
15,8%, a ser pago até 2015, a 18 setores do serviço público federal,
enquadrados no Plano Geral de Cargos do Poder Executivo (PGPE) e nas carreiras
da Previdência, Saúde e Trabalho (PST).
A informação é da Confederação dos Trabalhadores no Serviço
Público Federal (Condsef), que representou os servidores em reunião com o
secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio
Mendonça. A proposta foi considerada insatisfatória, mas os líderes sindicais
aceitaram debater ajustes na oferta. Uma nova rodada de negociações foi
agendada para este sábado (18), às 14h.
A proposta feita à Condsef é idêntica às já apresentadas aos
técnicos administrativos das universidades federais e aos peritos e delegados
da Polícia Federal (PF). Segundo o secretário-geral da entidade, Josemilton
Costa, a oferta não atende à pauta de reivindicações dos 18 setores, que reúnem
500 mil trabalhadores do serviço público federal.
Os servidores pleiteavam equiparação com as carreiras
contempladas pela Lei 12.277 – que trata dos rendimentos de engenheiros,
arquitetos, economistas e geólogos dentro do funcionalismo. De acordo com
Costa, a justificava do governo para não conceder a equalização são as
restrições orçamentárias no momento de crise econômica.
Costa diz que, apesar da insatisfação com o percentual, foi
alcançado um consenso no sentido de incorporar o reajuste aos vencimentos
básicos das carreiras, e não às gratificações. Os sindicalistas também querem
uma proposta que contemple separadamente servidores de nível superior, técnicos
administrativos e auxiliares – em lugar de um aumento linear, como foi
proposto. "Essa reunião pelo menos apontou um caminho. A nossa área
técnica vai se reunir com os técnicos deles [do Ministério do Planejamento] para
buscar uma proposta que fortaleça o vencimento básico. Vamos buscar o menos
pior para os trabalhadores.”
As categorias representadas na reunião desta sexta-feira
estão em greve desde o dia 18 de junho. Segundo Costa, elas detêm os salários
mais baixos do funcionalismo público. "Quando essa lei [12.277] aumentou
os salários de engenheiros, arquitetos e geólogos de R$ 5,9 mil para R$ 10,2
mil criou um fosso de 78% com relação às demais carreiras. Estamos negociando a
equiparação desde 2010", informou.
(Agência Brasil)