Folha de S.
Paulo - 29/08/2012
Acordo firmado com o governo prevê aumentar a folha de
pagamento em até 15,8% nos três próximos anos
Ministério agora tenta a adesão de categorias que ainda
resistem, como policiais federais e auditores fiscais
BRASÍLIA - Policiais
rodoviários federais e outras 20 categorias de servidores públicos da União
aceitaram ontem a oferta de reajuste salarial feita pelo governo. A PRF promete
retorno imediato ao trabalho.
Além de policiais rodoviários, servidores do IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), fiscais agropecuários e 18 categorias
representadas pela Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público
Federal) oficializaram ontem o pacto.
O Ministério do Planejamento espera fechar acordo com outras
categorias até o dia 31, data-limite para envio do Orçamento ao Congresso.
"As sinalizações que nós temos (...) são de que mais de
90% dos servidores públicos do Executivo civil assinarão o acordo com o
governo", disse o secretário de Relações do Trabalho, Sérgio Mendonça.
A proposta do governo é de reajustes que não ultrapassem o
incremento de 15,8% na folha salarial de cada categoria.
As categorias ligadas à Condsef são compostas por 510 mil
trabalhadores, ativos e inativos -pouco menos de 50% da folha de pagamento
civil.
"Segunda-feira, todo mundo retorna [ao trabalho]",
diz Josemilton Costa, coordenador-geral da confederação.
"[O acordo] Não atende às expectativas, mas é preciso
considerar o cenário internacional", afirma Pedro Cavalcanti, presidente
da FenaPRF (Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais).
Apesar do teto de 15,8% de aumento da folha salarial por
categoria, dentro dela, os índices podem variar. No caso das categorias ligadas
à Condsef, eles irão de 14,3% a 37%.
Além disso, houve aumento do vale-alimentação e do
auxílio-saúde. O impacto da oferta é de R$ 3,9 bilhões.
GREVE MANTIDA
Auditores fiscais, agentes, papiloscopistas (especialistas
em identificação) e escrivães da Polícia Federal indicaram que manterão a
greve. "Com quem decidiu não assinar voltaremos a discutir no ano que vem,
com impactos para 2014", diz Mendonça.
O governo diz que vai definir um plano de reposição das
horas não trabalhadas. Com isso, 11.495 servidores que tiveram o ponto cortado
em julho poderão receber pelos dias que ficaram parados.