O Estado de S. Paulo
- 31/08/2012
Assembleias realizadas ontem sinalizam que docentes devem
votar por manter a paralisação, que já dura cem dias
Apesar de o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições
de Ensino Superior (Andes) prever apenas para o fim do dia o anúncio sobre a
continuidade ou não da greve nas universidades federais - após a consolidação
das assembleias que estão ocorrendo em todo o País -, os primeiros resultados
mostram que a paralisação deve seguir.
Nas assembleias que já foram realizadas, os docentes optaram
por permanecer com a paralisação, que já dura mais de cem dias - começou em 17
de maio. Em todo o Brasil, de acordo com o MEC, mais de 500 mil alunos foram
afetados e, se a greve continuar, há possibilidade de eles perderem o ano
letivo.
Decisões. Na Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro (UniRio), a votação foi pela continuidade da greve e por nova
deliberação na próxima semana. A mesma decisão foi tomada pelos docentes das
federais do Paraná (UFPR), Bahia (UFBA), Pará (UFPA) e Tocantins (UFT). Na da
Paraíba (UFPB), após assembleia na quarta, estudantes acamparam na reitoria
para pedir que as reivindicações sejam atendidas e a greve cesse.
A votação continua hoje, com assembleias nas instituições
paulistas que continuam paradas - Federal de São Paulo (Unifesp) e Federal do
ABC (UFABC) - e na Federal do Rio de Janeiro.
Na UFRJ, a reitoria já divulgou que haverá reposição das
aulas - com possibilidade de atividades aos sábados - e não a suspensão do calendário
acadêmico. O Con-selho de Ensino de Graduação definiu que haverá cinco sema-nas
de aulas para a conclusão do primeiro semestre. No dia seguinte, terá início o
novo período escolar.
De acordo com a reitoria, "mais de 80% dos professores
já estão em dia com as aulas do primeiro semestre". Uma parte não aderiu à
paralisação e outra voltou antes do término da greve.
Os professores da UFRJ vão para a assembleia muito
divididos. O racha ficou evidente na semana passada, quando a manutenção da
greve foi decidida por apenas 28 votos de diferença.
Já na Federal Fluminense (UFF), ainda não há posição sobre a
reposição das aulas ou o cancelamento do semestre acadêmico. "Não
defendemos a suspensão do semestre. Queremos fazer a reposição das aulas",
afirmou Eblin Farage, presidente da Associação dos Docentes da UFF (Aduff). A
categoria se reuniu ontem para definir os rumos da greve e decidiu pela
manutenção da paralisação.
Desde que o governo fez a segunda proposta de reajuste, em
julho, o movimento grevista - que chegou a ter adesão de 57 das 59 universidades
federais - vem perdendo adeptos. Sete federais já anunciaram o fim da greve:
Universidade de Brasília (UnB)rFederal de Sao Carlos (UFSCar), do Rio Grande do
Sul (UFRGS), de Giências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e de Santa Catarina
(UFSC).