G1 - 16/08/2012
Segundo Brizola Neto, o 'carreirão' vai ser contemplado com
aumento.
Governo realiza reuniões com sindicatos de servidores nesta
semana.
Brasília - O ministro do Trabalho Brizola Neto afirmou nesta
quinta-feira (16) que as carreiras mais baixas do serviço público federal, como
funcionários de setores administrativos dos ministérios, devem receber proposta
de reajuste salarial ainda nesta semana. Entre os servidores federais, o
'carreirão' é o grupo de funcionários com salários mais baixos.
“O ‘carreirão’, que são as carreiras mais baixas do serviço
público, devem ter uma proposta de reajuste ainda essa semana”, disse o
ministro. Ele não informou o valor do aumento.
Brizola Neto participou do programa “Bom Dia Ministro”,
produzido e coordenado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da
República em parceria com a EBC Serviços.
Nesta semana, o governo realiza uma série de reuniões com
sindicatos de servidores para negociar reajustes e criação de planos de
carreiras com o objetivo de por fim à greve de dezenas de categorias.
O ministro acredita que com as propostas apresentadas nesta
quarta-feira (15), as negociações prossigam e os movimentos grevistas
enfraqueçam.
“A partir de ontem o governo passou a formular propostas
concretas com setores da educação e a tendência natural é esses movimentos
reivindicatórios irem perdendo força”, afirmou.
O Ministério do Planejamento é a pasta que está concentrando
as negociações com os grevistas e não confirma que a proposta de reajuste seja
anunciada nesta semana. A Confederação dos trabalhadores no Serviço Público
Federal (Condsef), que representa servidores de diversas categorias em todo o
país, participa de nova rodada de negociação com o Planejamento nesta
quinta-feira.
Na semana passada, o Planejamento informou, por meio de sua
assessoria, que está analisando qual "espaço orçamentário" disponível
para aumentos. O Planejamento estima que entre 75 e 100 mil servidores federais
do Executivo aderiram à greve, o que representa 15% a 20% dos 500 mil
funcionários ativos. Os sindicatos falam em até 300 mil servidores parados.
Segundo cálculos da própria pasta, caso as reinvindicações
de todas as categorias de todos os poderes fossem atendidas – incluindo aumento
salarial e reestruturação de carreiras -, o gasto adicional na folha de
pagamento seria de R$ 92,2 bilhões, o que equivale a 2% de todo o Produto
Interno Bruto (PIB) do país. Atualmente, a folha de pagamentos custa R$ 190
bilhões, valor que representa 4% do PIB. Os sindicalistas rebatem esses
números.
Quanto à regulamentação das greves no setor público, Brizola
Neto frisou a importância da discussão sobre o assunto. “Não dá pra fugir da
discussão sobre as regulamentações. Precisamos regulamentar como se dão as
greves do setor público. Temos que enfrentar essa discussão”, disse.
Apesar de considerar justos os pedidos das categorias dos
servidores, o ministro afirmou que todas elas foram reajustadas nos últimos
dois anos e que, portanto, neste momento, o governo precisa ter uma atenção
maior para os empregados que não possuem estabilidade.
“Nos últimos dois anos, todas as carreiras tiveram um ganho
real acima da inflação”, disse.