sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Reajuste de 15,8% para servidores 'é ponto de partida', diz líder sindical


Priscilla Mendes
G1     -     17/08/2012




Proposta oferecida pelo governo está 'bem distante' do pleito, diz Condsef.

Entidade reúne 850 mil servidores; outras categorias também reclamam.

Brasília - Após duas reuniões com o Ministério do Planejamento, o líder sindical Sérgio Ronaldo, coordenador-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), afirmou nesta sexta-feira (17) que a proposta de reajuste de 15,8% oferecida pelo governo será o "ponto de partida" para chegar a um acordo com as mais de 30 categorias do funcionalismo em greve. A entidade sindical que representa cerca de 850 mil servidores.

A entidade reuniu-se nesta quinta-feira com o secretário de Relações do Trabalho, Sérgio Mendonça. Ele realiza desde terça-feira (14) uma série de reuniões com sindicatos para negociar reajustes e criação de planos de carreiras com o objetivo de por fim à greve de dezenas de categorias.


Segundo assessoria da pasta, o Ministério do Planejamento apresentou o limite orçamentário que o governo está disposto a oferecer para a entidade, que é de 15,8% até 2015. A proposta não satisfez plenamente os servidores, mas o coordenador-geral da Condsef, Sérgio Ronaldo, admitiu que este é um “ponto de partida”.


"É um ponto de partida, mas queremos trabalhar em uma proposta alternativa, porque nosso pleito é bem distante disso", afirmou Ronaldo.


A Condsef estima que cerca de 300 mil servidores tenham aderido à greve. Quase 120 mil deles integram o Plano Geral de Cargos do Poder Executivo, o chamado "Carreirão", composto por servidores de nível médio espalhados por vários ministérios com remunerações mais baixas.


A entidade pede reajuste de ao menos 24%, para correção inflacionária. Técnicos da Condsef e da Secretaria de Relações do Trabalho se reunirão para reformular a proposta. 


O coordenador Josemilton Costa diz que irá colocar outra forma de reajuste. "Vamos trabalhar amanhã um outro desenho de proposta. Uma proposta que tira o peso da gratificação de desempenho e jogue para o vencimento básico", afirmou.

Ao reajustar o vencimento básico, outros extras que compõem a remuneração total também podem subir, pois são indexados a ele. Na prática, resulta em aumento maior.

Para outras 18 categorias, a Condsef também negocia remunerações corrigidas com base em uma tabela salarial diferenciada criada em 2010 para os cargos de estatístico, engenheiro, geólogo, economista e arquiteto. A equiparação - que proporcionaria aumento de 78%, segundo a entidade - não entrou na discussão para o orçamento do próximo ano.


O governo se comprometeu, porém, a dar continuidade à discussão.

Delegados e peritos
Nesta manhã, delegados e peritos da Polícia Federal também se reuniram com o secretário, que propôs o mesmo percentual de reajuste oferecido à Condsef, de 15,8% até 2015, com 5% em cada ano. Os delegados, contudo, deverão bater o martelo somente na próxima quinta-feira (23), quando será realizada uma assembleia-geral.


Nesta mesma assembleia, segundo a Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), a entidade deverá deliberar sobre um indicativo de greve, caso a proposta do governo seja rejeitada. A categoria está insatisfeita porque previa reajuste salarial de ao menos 30%.


Os delegados não estão em greve, mas já fizeram duas paralisações pontuais de um dia e têm outras quatro paralisações marcadas para este mês.


A proposta de correção de 15,8% também frustrou os peritos, segundo disse Hélio Buchmuller Lima, presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais. "Sequer repõe as nossas perdas inflacionárias nos últimos quatro anos. E ainda dá uma perspectiva até 2015, o que trará muito mais perdas inflacionárias. Fica difícil de aceitar a proposta de jeito que ela foi feita", afirmou.

Ainda nesta quinta-feira, há previsão de que o secretário Sérgio Mendonça se reúna com a Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social (ANMP), a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social
(Fenaps) e com o Grupo Fisco.



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