Gheisa Lessa
O Estado de S.
Paulo - 13/08/2012
Para pressionar o governo, servidores púbicos de todo o País
realizam a partir de terça-feira o acampamento de greve. O ato deve concentrar
as categorias, algumas paralisadas a mais de dois meses, em vigília em frente à
Esplanada dos Ministérios, no Distrito Federal até sexta-feira.
A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal
(Condsef), cujas categorias de base representam 80% de todos os servidores do
Executivo federal, espera que 10 mil servidores participem do acampamento
durante esta semana. Os grevistas pretendem realizar uma série de atos em
frente aos ministérios para pressionar o governo e engajar a população à causa.
Nesta segunda-feira o governo afirmou que fará novas rodadas
de negociação com os servidores em greve para discutir propostas com cada
categoria, em separado, até sexta-feira. O assunto foi discutido durante reunião
entre a presidente Dilma Rousseff e ministros, no Palácio do Planalto. Além da
ministra do Planejamento, Miriam Belchior, estiveram presentes os ministros da
Justiça, José Eduardo Cardozo, da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, da Secretaria
Geral, Gilberto Carvalho e o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams.
O governo já iniciou o agendamento de algumas reuniões de
negociação. Na terça-feira devem ocorrer duas reuniões. Pela manhã a pauta será
a Lei 12.277 de 2010, que cria uma tabela salarial diferenciada para cinco
cargos de nível superior do Executivo: estatístico, engenheiro, geólogo,
economista e Arquiteto. De acordo com o diretor executivo da Condsef, Sérgio
Ronaldo, ao menos 18 categorias de base da confederação têm interesse direto
nesta primeira reunião.
No período da tarde representantes do Ministério do
Planejamento devem se reunir com servidores do Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Ministério do Desenvolvimento
Agrário (MDA). O Incra está em greve em todos os Estados e representa 26
categorias de base com os demais funcionários da área agrária.
Sangue como protesto - Também na terça-feira os policiais
federais do estado de São Paulo programam uma doação de sangue coletiva. O
movimento deve ter início às 10h no Hemocentro do Hospital das Clínicas, na
zona sul da capital paulista. A categoria disse por meio do Sindicato dos
Servidores da Polícia Federal (Sindpolf-SP), que o ato representa
simbolicamente que a PF, apesar de todos os problemas estruturais enfrentados,
tem como objetivo servir bem a população.
Nos demais estados do País, os sindicatos planejam atos
individualmente, segundo o presidente da Federação Nacional dos Policiais
Federais (Fenapef), Marcos Wink. Durante a semana alguns estados voltarão a ter
operação padrão, mas as datas ainda não foram divulgadas. A categoria se reúne
com o governo na quarta-feira.
Já os docentes das universidades federais, em greve desde
maio, também integrarão a série de protestos que devem acontecer nesta semana
em Brasília. De acordo com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições
de Ensino Superior (ANDES-SN), a categoria realizará uma marcha na
quarta-feira.