Agência Brasil
- 28/08/2012
Brasília - Cerca de 250 mil servidores públicos,
principalmente de carreiras administrativas, de 17 categorias ligadas à
Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), voltam ao
trabalho na próxima segunda-feira (3). Após pouco mais de dois meses em greve,
eles decidiram hoje (28), durante plenária nacional, assinar acordo com o
governo federal, aceitando a proposta de reajuste de 15,8%, e suspender a
paralisação.
Segundo o secretário-geral da entidade, Josemilton Costa,
nos próximos dias serão realizadas assembleias estaduais para reportar a
decisão aos integrantes do movimento, que ele avaliou como positivo. Costa
disse que o fim da greve não encerra a mobilização das categorias.
"Os 17 setores deliberaram pela assinatura do acordo,
mas isso não significa que a mobilização vai parar. Vamos continuar em busca da
equalização salarial. A proposta [do governo] ficou distante da nossa pauta,
mas temos maturidade para entender que saímos do zero. O espírito da categoria
é vitória, mas não vamos parar nossas lutas", disse ao fim da plenária.
Ainda de acordo com o secretário-geral da Condsef, o governo
sinalizou que assim que as categorias assinarem o acordo serão abertas
imediatamente as negociações para efetuar a reposição e o pagamento dos dias
parados.
“A primeira metade seria paga em 5 de setembro, em folha
suplementar. O restante será definido nas negociações, se em outubro ou
novembro. Nós queremos que os 100% sejam pagos em setembro, mas se não for
possível, vamos reivindicar que [os outros 50%] sejam [pagos] em outubro”,
disse.
Josemilton Costa informou, ainda, que a assessoria jurídica
da Condsef tem audiência marcada para a tarde de hoje no Supremo Tribunal
Federal (STF) para apresentar argumentos com os quais defendem a suspensão
imediata do corte nos pontos dos grevistas.
Outras categorias que integram a base do Condsef, mas estão
negociando separadamente com o governo, informaram à confederação que também
vão aceitar a proposta e assinar o acordo. Entre elas estão os servidores do
Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) e das carreiras ambientais,
que incluem o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama), Ministério do Meio Ambiente e Instituto Chico Mendes.
Já os servidores do Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária (Incra) decidiram ontem (27) manter a paralisação, conforme
informou o diretor da Confederação Nacional das Associações dos Servidores do
Incra (Cnasi), Reginaldo Aguiar. Segundo ele, a entidade aguarda nova
negociação com o Ministério do Planejamento.
“Enquanto isso, a greve, que começou em 18 de junho, está
mantida em 28 das 30 superintendências do órgão no país”, disse, acrescentando
que o Incra tem 5.500 servidores ativos.
O Ministério do Planejamento reafirmou, por meio de sua
assessoria de imprensa, que as negociações de reajuste salarial para 2013 já
estão encerradas e que os sindicatos têm até hoje (28) para comunicar ao
governo a decisão das bases. Os que não assinarem acordo não terão aumento no
ano que vem.