sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Funpresp: aporte de R$ 75 milhões


Geralda Doca
O Globo     -     14/09/2012




 Governo espera contribuições ao fundo a partir de fevereiro

BRASÍLIA - O fundo de pensão dos funcionários do Executivo, que vai reunir também os servidores do Legislativo e do Ministério Público Federal, está prestes a ser lançado. O decreto que cria a nova Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp), dentro do novo sistema de aposentadoria para o serviço público, aprovado este ano pelo Congresso, deverá ser publicado hoje no Diário Oficial da União. A entidade será vinculada ao Ministério do Planejamento e começará a funcionar com um aporte de R$ 75 milhões, feito pela União. A expectativa do governo é que o novo sistema receba as primeiras contribuições dos novos funcionários públicos e da União, a partir de fevereiro.

Quem ingressar no setor público a partir de janeiro, pelo novo sistema, receberá como aposentadoria o teto do INSS (atualmente em R$ 3.916,20) e terá o restante do seu salário da ativa complementado pelo fundo de pensão. Para isso, o servidor terá que contribuir com 8,5% do salário para a entidade pelo tempo de contribuição exigido para sua categoria. A União entrará com o mesmo percentual, sendo que o servidor poderá aumentar sua participação em até 11% do salário.

O Ministério do Planejamento já trabalha no estatuto do Funpresp que será enviado à Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) junto com o pedido de autorização para funcionamento. A presidente Dilma Rousseff vai nomear os conselhos deliberativo e fiscal, que indicarão o presidente e os três diretores da entidade.

A criação da nova entidade - falta ainda o fundo dos funcionários do Judiciário - finaliza as duas reformas da Previdência (dos governo FHC e Lula) e unifica os regimes de aposentadoria dos servidores federais e do setor privado.

Para o secretário de Políticas Públicas de Previdência Complementar, Jaime Mariz, o ato sinaliza para o mercado melhoria das contas públicas, com o enfrentamento do déficit do regime a longo prazo.

- Vai evitar que as contas do regime próprio explodam - destacou Mariz.

No ano passado, o déficit da Previdência do setor público foi de R$ 52 bilhões e as projeções do governo, com a criação do Funpresp, indicam que só em 2045 o regime deixará de ser deficitário e passará a economizar. A curto e médio prazos, as despesas vão aumentar com o aporte da União.

A criação do Funpresp marca também uma mudança substancial no regime de aposentadoria brasileiro. Atualmente, o sistema adotado é o de repartição, em que as contribuições dos trabalhadores da ativa pagam aposentados. Este modelo continuará existindo, mas passa a vigorar o sistema de capitalização, em que as contribuições dos servidores e da União serão aplicadas no mercado, garantindo o financiamento das aposentadorias.


Share This

Pellentesque vitae lectus in mauris sollicitudin ornare sit amet eget ligula. Donec pharetra, arcu eu consectetur semper, est nulla sodales risus, vel efficitur orci justo quis tellus. Phasellus sit amet est pharetra