R7 - 04/09/2012
Gastos do governo com a categoria chegaram a 14,6% do PIB em
2010
O GSF (Gasto Social Federal) com benefícios a servidores
públicos federais chegou a 16,6% do PIB (Produto Interno Bruto, que é a soma de
todas as riquezas do País) em 2010, segundo levantamento divulgado nesta
terça-feira (4) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
No total, o segmento ficou com R$ 93,1 bilhões dos gastos
daquele ano, que chegaram a R$ 638,5 bi. O valor é o segundo maior investimento,
ficando atrás apenas da Previdência Social, que atinge trabalhadores do setor
privado, e abocanhou R$ 303,5 bilhões da fatia em 2010.
No mesmo ano, gastos com saúde, educação e cultura, somados,
representaram apenas 2,83% do total gasto na área social. Mesmo com a elevação
de 172% do GSF em 16 anos, a porcentagem deste investimento em relação ao PIB
apresentou alta apenas de 4,3% no período. Isso mostra um descompasso entre os
dois crescimentos.
Entretanto, aqui se pode observar que o GSF per capita — o
gasto do governo com benefícios por pessoa — mais que dobrou em termos reais,
passando de R$ 1.471,46, em 1995, para R$ 3.324,84 em 2010.
Mesmo com a elevação no valor gasto, a fatia destinada aos
benefícios a servidores públicos federais venm caindo nos últimos anos.
Segundo Jorge Abraão, coordenador do estudo no Ipea, isto se
deve à criação do Funpresp (Fundação de Previdência Complementar do Servidor
Público Federal), que regulamenta os valores dos benefícios à categoria, que,
até então, não tinham valores específicos.
— Com a criação do Funpresp, o gasto dos benefícios com os
servidores públicos ficará proporcional com a previdência no setor privado após
algum tempo.
A porcentagem dos benefícios chegou, em 2001, a 2,58% do
GSF, com gastos de R$ 65,3 bi. Em 2010, esta porcentagem foi de 2,26%, mas os
gastos chegaram a R$ 93,1 bi. Isso se deve ao crescimento da arrecadação no
período.