sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Gastos federais com salários e encargos subirão 11%


Cristiane Jungblut
O Globo     -     07/09/2012





Previsão para 2013 calcula despesa de R$ 225,98 bilhões; aumento já contabiliza acordos para fim de greves

BRASÍLIA - Em 2013, os gastos diretos com salários dos três Poderes chegarão a R$ 208 bilhões, caso sejam aprovados no Congresso todos os reajustes prometidos pelo governo aos servidores que ficaram em greve por mais de um mês. Esses gastos vão para R$ 225,98 bilhões quando somados aos chamados encargos sociais, e representam um aumento de 11,19% em relação aos R$ 203,24 bilhões deste ano.


Os aumentos salariais custarão aos cofres públicos R$ 10,2 bilhões no ano que vem, segundo informou a ministra do Planejamento, Miriam Belchior. Só no Executivo, o impacto será de R$ 8,9 bilhões, chegando a R$ 11 bilhões com a substituição de terceirizados. Já o aumento no Judiciário terá o impacto de R$ 1,3 bilhão.


Estudo técnico da Comissão Mista de Orçamento (CMO) indicou que os gastos com pessoal e encargos sociais previstos para 2013 se mantêm estáveis. Esse tipo de despesa está comprometendo 33,57% da Receita Corrente Líquida (RCL), uma pequena elevação em relação a 2012, mas dentro dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A folha de pagamento da União correponde a cerca de 4,2% a 4,5% do PIB.


Pela primeira vez no governo Dilma a questão dos reajustes dominou os debates na elaboração do Orçamento de 2013. Em 2011, a presidente enviou o Orçamento de 2012 sem qualquer previsão de reajustes, em especial para o Judiciário, o que gerou uma crise entre os dois Poderes. Apesar de toda a pressão, o Congresso aprovou para este ano um Orçamento sem os aumentos.


Para cumprir os acordos feitos no último mês com os servidores civis e os militares, o Poder Executivo enviou cinco projetos de lei para serem aprovados pelo Congresso e que tratam do reajuste geral dos servidores civis - 15,8% em três parcelas a partir de 2013 - e ainda dos militares, de 30%, também em três parcelas. Esses acertos já foram anunciados pelo governo. Segundo a proposta, o reajuste é cumulativo, e o impacto desse pacote será progressivamente maior: R$ 5,8 bilhões em 2013; 11,7 bilhões em 2014; e R$ 18,5 bilhões em 2015. Há ainda os projetos com os reajustes para o magistério e o Itamaraty, também de 15,8%.


A mensagem enviada ao Congresso justifica o aumento de 11,19% nas despesas: "Esse crescimento (...) decorre basicamente da recomposição da força de trabalho em áreas como segurança pública, infraestrutura, saúde, educação, formulação de políticas públicas e gestão governamental, bem como da expansão dos quadros de pessoal no âmbito dos Poderes Legislativo e Judiciário e do MPU, e da continuidade do processo de estruturação de carreiras e redesenho dos sistemas de remuneração na Administração Pública Federal".



Share This

Pellentesque vitae lectus in mauris sollicitudin ornare sit amet eget ligula. Donec pharetra, arcu eu consectetur semper, est nulla sodales risus, vel efficitur orci justo quis tellus. Phasellus sit amet est pharetra