sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Policiais se unem à marcha


Vera Batista

Correio Braziliense     -     07/09/2012




Durante o Sete de Setembro, grevistas vão participar de protesto contra a corrupção e podem virar as costas para autoridades
Os agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal participam hoje da Marcha Contra a Corrupção, mas desconversam sobre a possibilidade de realizarem um novo protesto por motivos salariais. Nos últimos dias, ganhou força na Esplanada a informação de que os servidores da corporação — categoria ainda em greve e contrária ao reajuste do governo de 15,8%, em três anos — virariam as costas ao passar pelo palanque das autoridades. 

O presidente do Sindicato dos Policiais Federais em Brasília (Sindipol/DF), Jonas Leal, nega a possibilidade de tal protesto. "Não é nosso objetivo ofender o Estado. Estamos sempre lá (na marcha) na qualidade de cidadãos e não como policiais", descartou.

Apesar do discurso moderado dos sindicatos, o governo se prepara para restringir abusos. A presidente Dilma Rousseff já mandou um recado, por meio do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, de que não vai tolerar excessos. 

Ele está articulando travas na Lei de Greve, ainda a ser votada no Congresso, para impedir estratégias como operações-padrão (fiscalização mais rigorosa em portos e aeroportos) e para obrigar que servidores em áreas consideradas essenciais não tenham direito de parar nem um dia sequer. E, como punição, Adams quer manter o corte de ponto e a substituição dos funcionários federais que não comparecerem ao trabalho por aqueles de estados e municípios que desempenhem cargos correspondentes.
Briga interna

Tudo isso porque as paralisações deste ano superaram até mesmo as expectativas mais otimistas da chefe do Executivo. Nas estimativas das lideranças sindicais, mais de 250 mil servidores cruzaram os braços. O governo contesta os números e diz que a adesão não contou com mais de 80 mil pessoas. No caso dos policiais federais, porém, existem outros temperos que ajudam a entornar o caldo. Trata-se de uma disputa entre agentes e delegados federais por poder e por competência para altas funções.

"Na verdade, é uma briga interna que já existe há mais de 10 anos. É uma bomba atômica que pode explodir a qualquer momento. Isso é de ciência do diretor-geral (Leandro Daiello Coimbra) e do Ministério da Justiça", admitiu Jonas Leal. Esse é um dos motivos, disse ele, pelos quais não havia como aceitar o aumento proposto pelo Palácio do Planalto. Os 5% até 2015 não corrigem as distorções e não reconhecem a categoria em função de nível superior.


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