sábado, 8 de setembro de 2012

Presidente é 'blindada' para evitar protesto de grevistas


Tânia Monteiro e Alana Rizzo
O Estado de S. Paulo     -     08/09/2012




Manifestantes ficaram longe de Dilma na parada do 7 de Setembro; ela saiu antes do fim do evento em Brasília

BRASÍLIA - A forte blindagem da presidente Dilma Rousseff foi uma das marcas, ontem, do desfile da Independência, na Esplanada dos Ministérios. O esquema foi cuidadosamente montado para impedir que ela fosse vaiada ou que faixas de protesto pudessem ser vistas por ela. O temor era principalmente que, neste 7 de Setembro, funcionários da Polícia Federal e da Receita Federal, ainda estão em greve, chegassem perto do palanque presidencial, como ocorreu no ano passado.

Desde a madrugada, seguranças da Presidência guardavam as arquibancadas montadas para o desfile, particularmente as mais próximas ao palanque. As vaias, no final do desfile, só foram para o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), quando seu nome foi anunciado. "Que vaias? Não ouvi", disse.

Tapumes foram alinhados em toda a extensão da Esplanada, para que os protestos, que normalmente ocorrem na pista contrária ao desfile, não pudessem ser percebidos. 

Comandada pelo Gabinete de Segurança Institucional, a blindagem impediu que a população ficasse perto dos palanques - ocupados, em sua maioria, por servidores do Palácio do Planalto e seus familiares. Dilma Rousseff chegou cedo ao local, em carro aberto, e às 9h13, o início do desfile foi autorizado. O neto Gabriel, de quase dois anos, levado pelos pais, Paula e Rafael, desta vez ficou pouco tempo e não foi tomado ao colo pela presidente.

A determinação da presidente de reduzir o tempo do desfile foi atendido, mas, ainda assim, passou da hora prevista. Impaciente com os longos intervalos entre uma apresentação e outra, às vezes Dilma esticava o pescoço para ver se conseguia enxergar, ao longe, a atração seguinte. A presidente não esperou a apresentação da Esquadrilha da Fumaça: às 11h05 já estava deixando a Esplanada, onde também estiveram 17 ministros, o presidente da Câmara, Marco Maia, e o do Supremo, Ayres Britto.

Em uma das arquibancadas, perto do Ministério do Planejamento - mas bem longe de Dilma - militantes sindicais da Polícia Federal ocuparam um espaço e dali gritaram acusações ao governo e vaiaram colegas que desfilavam.

Durante a cerimônia, duas ativistas do grupo Femen foram detidas. Sem blusa, as mulheres conseguiram driblar a segurança e fizeram seu protesto em defesa dos direitos das mulheres. Segundo a PM, as duas foram levadas para a delegacia.


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