sábado, 15 de setembro de 2012

Servidor ganha 73% mais


Victor Martins e Bárbara Nascimento
Correio Braziliense     -     15/09/2012





Atrás apenas dos empresários no ranking nacional, funcionários públicos são também os que mais poupam e se endividam

As famílias mantidas por servidores públicos estão entre as de maior renda no país. Dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram também que elas são as que mais gastam e, ainda, as mais endividadas. Na comparação com outras cinco categorias de famílias, as do funcionalismo têm renda e despesas menores apenas que as sustentadas por empregador, ou seja, quem é dono do próprio negócio. 


Frente aos trabalhadores do setor privado, o orçamento mensal dos empregados públicos é 73% maior, chegando a R$ 4.327,08 em média. Os dados são da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF).

As famílias sustentadas por funcionários públicos incluem dois tipos: as que conseguem poupar e as endividadas — uma situação não exclui necessariamente a outra. Entre as famílias observadas pelo IBGE, são as terceiras a destinar mais recursos para aumento de patrimônio: de todas as despesas dos servidores, em média 5,7% são investidos. 


As dívidas pesam um pouco menos no cômputo geral: 3,6% das despesas mensais são corroídas por juros. "Como eles são os de maior renda, consequentemente têm mais recursos para investir e para pegar empréstimos", explica Júlio Miragaya, economista e diretor de Gestão de Informações da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan). Com a estabilidade do emprego público, muitos se empolgam e acabam fazendo dívidas elevadas demais.

Financiamento
O sonho da casa própria acabou se tornando um problema para o servidor público Pedro Henrique Rodrigues, 30 anos. Três anos após a compra de um apartamento, o rapaz sente agora o peso das parcelas do financiamento, que ainda levará 17 anos para ser quitado. Segundo as contas de Pedro, ao menos 80% do salário de R$ 5 mil como servidor do Ministério Público da União está comprometido com as prestações.


Com uma parcela tão grande destinada ao imóvel, Pedro confessa que o orçamento anda apertado, o que prejudica gastos com o lazer. "Só consigo viajar, por exemplo, a cada dois anos. Não sobra dinheiro", revela.



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