terça-feira, 16 de outubro de 2012

Agentes e escrivães da PF encerram greve após 69 dias


Fernando  Mello
Folha de S. Paulo     -     16/10/2012




Após assembleias, servidores de 23 Estados e DF decidiram voltar hoje ao trabalho

Categoria pretende retomar as negociações e aceitar proposta do governo federal de 15% de reajuste salarial

BRASÍLIA - Depois de 69 dias de paralisação, agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal decidiram ontem encerrar a greve.

Em assembleias independentes, policiais de 23 Estados e do Distrito Federal votaram pela volta ao trabalho, já nesta terça-feira.

Apenas policiais de dois Estados -Alagoas e Rio Grande do Norte- votaram pela continuidade da greve, mas foram derrotados pela maioria e também retomarão as atividades.

Os grevistas da PF ficaram isolados depois que todas as outras categorias que também paralisaram suas atividades negociaram com o governo federal e encerraram suas respectivas greves.

O funcionalismo federal realizou, no primeiro semestre, uma onda de protestos.

A greve da Polícia Federal contou apenas com agentes, escrivães e papiloscopistas (especialista em identificação), não tendo o apoio dos delegados.

Essa última categoria aceitou proposta do governo, de aumento salarial de 15% dividido em três anos. Isso evidenciou um racha entre as duas categorias.

Com o fim da greve, os policiais querem retomar as negociações com o governo e aceitar o aumento salarial proposto anteriormente, de 15% -a categoria reivindicava que o salário inicial, de R$ 7.200, passasse para cerca de R$ 13 mil em cinco anos, reajuste de 108%.

Na semana passada, policiais federais se reuniram com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.


REESTRUTURAÇÃO

"Sempre deixamos claro que nossa meta é a reestruturação da carreira e da tabela salarial e vamos lutar por esta agenda", afirmou o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Marcos Wink.

Além de reajuste de salário, os grevistas questionavam a estrutura de cargos da instituição e cobravam o reconhecimento de suas atividades como sendo de nível superior.

Os agentes reivindicam que seus pares possam alcançar os cargos máximos da Polícia Federal, inclusive o de diretor-geral, o que não é aceito pelos delegados.


JUSTIÇA

Há 15 dias, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) reconheceu a legitimidade da greve, mas fixou a necessidade de manutenção de cotas mínimas de servidores em algumas áreas de trabalho.

A paralisação reduziu drasticamente o número de operações da PF.

Como a Folha mostrou em setembro, em média, foram 23 por mês de janeiro a julho. Já no período de greve, esse número caiu para 13.


Fim da greve na Polícia Federal

REIVINDICAÇÕES

Reestruturação da carreira
Aumento do salário inicial, de R$ 7.200, para cerca de R$ 13 mil em cinco anos (reajuste de 108%)

Saída do diretor-geral da PF, Leandro Daiello


PROPOSTA DO GOVERNO

Aumento geral de até 15% dividido em três anos, o que não foi aceito pela categoria; agora, os policiais devem retomar as negociações com o governo e aceitar a proposta.


Share This

Pellentesque vitae lectus in mauris sollicitudin ornare sit amet eget ligula. Donec pharetra, arcu eu consectetur semper, est nulla sodales risus, vel efficitur orci justo quis tellus. Phasellus sit amet est pharetra